Deputado federal Da Vitória costura as articulações, que poderão resultar em um novo grupo no Espírito Santo
A posse da ex-senadora Rose de Freitas no cargo de assessora parlamentar do Senado chegou como vento favorável às articulações que poderão levar o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos), ao comando da Executiva Estadual do MDB, apadrinhado pelo deputado federal Da Vitória, coordenador da bancada capixaba no Congresso Nacional e presidente do PP no Estado.
Da Vitória costura as articulações, que poderão resultar em um bloco partidário, no Espírito Santo, com pré-candidaturas em cidades como Vitória, onde poderá ser consolidada uma aliança para apoiar a reeleição de Lorenzo Pazolini (Republicanos), e em Vila Velha, com o coronel Alexandre Ramalho, secretário de Segurança Pública do governo do Estado, que deixaria o Podemos. Ramalho vem sendo bem avaliado em levantamentos internos de partidos políticos.
Nos bastidores, esse cenário representa um novo formato do grupo de ideologia conservadora e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), idealizado pelo ex-presidente da Assembleia Erick Musso, derrotado na corrida ao Senado em 2022. Ele é presidente estadual do Republicanos e também interlocutor do deputado Da Vitória.
Não por acaso, o PP entrou na mira para aderir à gestão de Pazolini, por meio do convite ao vereador Anderson Goggi, representante da legenda na Câmara de Vitória, para assumir a Secretaria de Cultura. A proposta, porém, não foi aceita. O caso expôs o movimento de desembarque do partido da gestão de Renato Casagrande (PSB), que poderá ser ampliado com os projetos do coronel Alexandre Ramalho, conforme circula no mercado político nos últimos dias.
O mandato de Rose de Freitas frente à Comissão Provisória Estadual do MDB termina no próximo mês de junho e, “diante do quadro instaurado, muito provavelmente não será renovado”, comenta fonte do partido, que aponta um quadro desconectado da fase atual, próxima aos processos internos de realização das convenções visando as eleições de 2024.
“Rose não está, em nenhum momento, preocupada com a gestão ou o projeto partidário, ordenando o caos ao invés da prometida pacificação. Se ela continuar à frente, o MDB vai acabar no Espírito Santo, sem a menor condição de protagonismo”, avalia um emedebista.
Desde 2021 na presidência do partido no Espírito Santo, com a derrota ao disputar a reeleição no ano passado, Rose se coloca fora dos planos do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), ávido por maior fatia de poder. Ele pretende expandir para os estados seu bloco partidário formado por 175 deputados federais, o maior da Câmara, para o qual negocia a inclusão do MDB e, também, do Republicanos.