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Liderança do PMDB diz que pessoas ligadas ao deputado Freitas estão envolvidos em roubo de material de campanha

Um veículo que transportava material de campanha da candidata ao Senado, Rose de Freitas (PMDB); e de Lelo Coimbra (PMDB), candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados, foi interceptado na noite de sexta-feira (19) e teve o material roubado em São Mateus, no norte do Estado. De acordo com o presidente do PMDB no município, Aécio Matos, o roubo foi realizado por pessoas relacionadas ao deputado estadual, candidato à reeleição, Eustáquio de Freitas (PSB). 
 
Aécio conta que ainda na sexta-feira foi lavrado um boletim de ocorrência (BO) relatando o ato. Dois suspeitos, que participam ativamente da campanha de Freitas, se apresentaram. Os outros dois participantes do roubo não foram encontrados. 
 
Segundo o presidente municipal da sigla, o veículo foi abordado no bairro Morada do Ribeirão por pessoas que se identificavam como policiais federais que recolheram todo o material de campanha e fugiram. Ele não sabe o paradeiro do material, nem se ele foi destruído. “O motorista ficou apavorado, quando consegui falar com ele, já estava em Sooretama [norte do Estado], então ele retornou para registrar o BO”, diz Aécio. 
 
O presidente do PMDB em São Mateus já se reuniu com o advogado Paulo Fundão para tomar medidas sobre o ataque. Um inquérito na Polícia Civil deve ser aberto, além de um na Polícia Federal, por se tratar de crime eleitoral. A intenção do partido é descobrir qual foi a finalidade do roubo. 
 
Quanto à informação que circula em São Mateus, de que o ataque teria sido motivado pela suspeita de haver material relacionado à morte do professor da Universidade Federal do Estado (Ufes) e diretor do Hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, Valdenir José Belinelo, o presidente do  PMDB  disse que o inquérito vai apurar. No veículo, no entanto, não havia qualquer material desta natureza. 
 
Belinelo, que estava cedido ao governo do Estado e atuava como diretor do hospital Roberto Silvares foi assassinado a facadas em Linhares, na localidade de Rio Quartel, em 21 de março de 2012, quando retornava de Vitória, onde tinha participado de uma reunião. Inicialmente, duas linhas de investigação foram vislumbradas: crime passional e de mando. Havia informações de que o professor estaria investigando irregularidades no hospital referentes a contratos de fornecimento de medicamentos e, inclusive, já teria suspendido alguns desses contratos.
 
As informações que correm em São Mateus dão conta que esses contratos pertenciam ao deputado Eustáquio de Freitas (PSB), que é ligado ao setor farmacêutico, e que Belinelo, ao assumir a direção do hospital, teria posto fim à interferência de Freitas na instituição. As indicações dos diretores do Roberto Silvares, antes de Belinelo, sempre passaram pelo crivo do deputado. Freitas teria solicitado à atual diretora do hospital Roberto Silvares declaração que ateste que ele nunca negociou com o estabelecimento.  

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