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Lideranças do Podemos pressionam Marcos do Val a sair do partido

Senador declarou o recebimento de R$ 50 milhões em emendas do orçamento secreto por ter apoiado Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Agência Senado

A nota oficial divulgada pelo senador Marcos do Val nesta sexta-feira (8), afirmando ter sido “mal interpretado”, não acalmou lideranças do seu partido, Podemos, que o pressionam para deixar a legenda, um dia depois da publicação de entrevista dada ao Estadão na qual revela ter recebido R$ 50 milhões em emendas parlamentares do orçamento secreto. Ele apontou como justificativa a “gratidão” por ter votado em Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a presidência do Senado, em fevereiro de 2021.

A informação foi divulgada na coluna da jornalista Julia Linder, do mesmo jornal. Ela afirma que um grupo de parlamentares pressiona Marcos do Val, com o aval do presidente do Podemos, senador Álvaro Dias, para deixar o partido. Em nota, senadores da legenda declararam que “são contrários ao recebimento de verbas do chamado orçamento secreto e que não compactuam com essa forma de fazer política”.

A entrevista de Do Val repercutiu em toda imprensa nacional nessa quinta-feira (7), por ter relevado, pela primeira vez, como são feitos os acordos de bastidores em torno da divisão do orçamento secreto. Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, o senador apontou que a distribuição foi uma forma de “gratidão”. A informação sobre a verba teria sido transmitida a ele pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP).

“O Rodrigo Pacheco virou e falou para mim assim: ‘Olha, Marcos, nós vamos fazer o seguinte: os líderes vão receber tanto, os líderes de bancada tanto, essa foi a nossa divisão’. E ele me passou isso porque eu fui um dos que ajudei ele (sic) a ser eleito presidente do Senado. E aí eu falei: “Pô, legal, está transparente e tal”. Aí ele falou: “Olha, se a gente conseguir mais uma gordura, eu direciono para você”. Não foi uma coisa (do tipo): ‘Mas eu preciso que você me apoie”, diz um dos trechos da entrevista ao Estadão.

Depois, o senador diz: “eu até achei muito para encaminhar para o Estado (Espírito Santo), mas como (é) questão de saúde, eu não vou negar. Eu perguntei: ‘Mas teve algum critério?’ Ele só falou: ‘Aquele critério que o Rodrigo falou para vocês lá no início’. ‘Ah, tá, entendi.’ Mas ele falou: ‘Só que o Rodrigo te colocou no critério como se você fosse um líder pela gratidão de você ter ajudado a campanha dele a presidente do Senado’. Eu falei: ‘Poxa, obrigado, não vou negar e vou indicar”.

Em nota nesta sexta, Do Val afirmou: “Só posso acreditar que fui mal interpretado quando concedi uma entrevista por telefone. Jamais houve qualquer tipo de negociação política para a eleição do presidente Rodrigo Pacheco, que envolvesse recursos orçamentários. Afirmo com toda certeza que jamais aconteceu”. 

E prossegue: “Fiz referência à existência de critérios no Senado para indicações transparentes de recursos por senadores, inclusive elogiando a postura do presidente Pacheco nesse sentido” e “sobre as específicas indicações que fiz de emendas orçamentárias desde que assumi o mandato, isso é uma prerrogativa parlamentar, totalmente licita, transparente, um compromisso que assumi quando eleito para ajudar o meu estado e seus municípios”.

O senador conclui: “Reforço mais uma vez que todo o recurso orçamentário recebido foi destinado ao Espírito Santo e por iniciativa própria sempre foram informados na sua integralidade ao Ministério Público do ES. Peço desculpas por eventual mal entendido”.

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