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​Líderes políticos e sindicais defendem impeachment de Bolsonaro para evitar o caos

Helder Salomão e Clemildes Cortes Pereira acatam a participação da direita para tirar o presidente

Leonardo Sá/Rede social

O deputado federal Helder Salomão (PT) e a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Clemildes Cortes Pereira, comemoraram nesta sexta-feira (22) a adesão de setores da direita ao movimento “Impeachment Já” e reafirmaram a necessidade do impedimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para evitar que o caos aumente no país. A carreata marcada para este sábado (23) foi ampliada com a adesão das maiores centrais sindicais do país e representantes da sociedade civil. 

Para eles, é importante a participação de todos, de setores da direita que ajudaram na construção do golpe de 2016, até da mídia comercial, que atualmente investem para desmascarar o atual governo, principalmente pela desastrosa condução de ações para conter o avanço das mortes causadas pela Covid-19.”Defendemos a vida e não a morte”, ressalta a presidente da CUT. 


Além da CUT, o movimento “Impeachment Já”, suprapartidário, ganhou na noite desta quinta-feira (21) a adesão da Força Sindical, Confederação dos Trabalhadores Brasileiros e da Intersindical, entidades que estão convocando para a carreata deste sábado em várias cidades do país. No Espírito Santo, a manifestação já está confirmada em Vitória, Cariacica, Vila Velha e Serra, com previsão de uma concentração na praça do Pedágio da Terceira Ponte às 16 horas.

“Cresce em todo Brasil o movimento pelo impeachment. Setores da sociedade, até então adormecidos e defensores do presidente, começam a perceber que o país caminha para o caos político, administrativo, econômico e social”, aponta o Helder Salomão, que não acredita que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “desengavete um dos 60 pedidos de impeachment já encaminhados ao seu gabinete”.

No entanto, o parlamentar ressalta que é “preciso aumentar a pressão popular, porque não há processo de impeachment que vingue sem uma forte mobilização da sociedade”. Para ele, Bolsonaro se revela incompetente, irresponsável e genocida. “As posturas dele em relação à pandemia são de uma crueldade sem tamanho e até agora não conseguiu anunciar nenhuma medida capaz de enfrentar a pandemia, o desemprego e a fome do povo que aumenta a cada dia”, enfatiza. 
O deputado enumerou uma série de procedimentos de Bolsonaro que podem justificar o impeachment por crime de responsabilidade. Entre elas, envolvimento com as milícias, denúncias robustas de corrupção envolvendo o presidente e familiares, negligência para garantir a vacinação do povo, caso escandaloso da falta de oxigênio em Manaus, declarações e participações em atos que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), desprezo pela vida manifestado durante a pandemia, especialmente no desprezo pela ciência e o incentivo à desobediência às recomendações sanitárias. 
Já Clemildes Cortes Pereira, que segue na mesma linha, afirma que a adesão de setores da direita em outro momento seria inviável, mas, no cenário atual, é bem vinda, porque “acima de tudo o momento é em defesa da vida e esse homem só defende a morte”. Ela destaca que “já está caindo a ficha da direita e isso é maravilhoso”, destacando, porém, que “não se pode abrir mão dos pontos de vista que embasaram a luta dos trabalhadores”.

Entre as adesões de direita com influência na sociedade, ela cita o apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, da Rede Globo, organização que participou ativamente do golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, que agora está contra Bolsonaro. “Se a gente não ocupar as ruas, Bolsonaro não sai”, disse e, como Helder Salomão, ressaltou: “Não acredito que o Rodrigo Maia coloque em votação o impeachment antes de sair, em fevereiro”. 
A presidente da CUT apontou que a crise tem gerado retrocesso e enfatizou que há gente passando fome. Com o fim do auxílio emergencial a coisa vai piorar. “Depois ficam reclamando de assaltos, pessoas drogadas pelas ruas”. “Temos que tirar ele de lá, com todos os seus filhotes, como em Vitória, por exemplo, onde o prefeito [Lorenzo Pazolini (Republicanos)] cortou as marmitas de pessoas em situação de rua e aprovou a reforma da Previdência, deixando a conta para o trabalhador, que contribui mensalmente”. 

Além da Grande Vitória, a carreata já está confirmada em várias capitais, entre elas Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Brasília, João Pessoa, Rio Branco e Curitiba, sendo a hashtag #ForaBolsonaro uma das mais usadas nas redes pelos organizadores.

Setores da direita, inclusive de igrejas evangélicas, onde Bolsonaro mantém uma de suas fortes base de apoio, também começam a se movimentar, exigindo das lideranças um posicionamento contrário ao governo. Essas ações estão sendo realizadas de forma discreta, a fim e preservar o nome das congregações, muitas delas com grande número de ex-bolsonaristas insatisfeitos.

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