Lorena Vasques deixa secretarias para disputar a Prefeitura de Cachoeiro

Lorena Vasques (PSB) entrará oficialmente, nesta quarta-feira (5), na corrida eleitoral pela Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado. Ela será apresentada como a candidata do campo governista pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), em um evento no tradicional Jaraguá Tênis Clube, às 19h.

Nesta terça-feira (4), foi publicada no Diário Oficial do Município a exoneração de Lorena dos cargos de secretária municipal das pastas de Manutenção e Serviços e de Obras – o prazo de desincompatibilização de cargos públicos para quem deseja se candidatar a prefeito nas eleições municipais deste ano vence nesta quinta-feira (6). Em seu lugar, Rodrigo Bolelli foi nomeado secretário de Obras, e Newton de Souza Pinto Filho ocupará a secretaria de Manutenção e Serviços.

Desde que passou a acumular a chefia de duas secretarias municipais com grande visibilidade, em agosto de 2023, Lorena Vasques tem sido especulada como a pré-candidata escolhida pelo prefeito Victor Coelho (PSB). No caso da pasta de Obras, ela trabalhou de forma interina desde o início.

Advogada, Lorena Vasques experimentou grande ascensão ao longo da gestão Victor Coelho. No primeiro mandato, de 2017 a 2020, atuou como pregoeira, presidente da Comissão Permanente de Licitações e depois coordenadora de Compras Governamentais. Na virada do primeiro para o segundo mandato, tornou-se secretária municipal de Administração, de onde migrou para a secretaria de Manutenção e Serviços, em maio de 2023.

Nos últimos meses, Lorena tornou-se uma figura onipresente nos eventos oficiais da prefeitura e em vídeos de trabalhos de rua de funcionários das pastas que chefiada. Internamente, aliados tentaram fazer colar o apelido de "a secretária que nunca dorme".

Vasques é também considerada uma apadrinhada de Weydson Nascimento, ex-secretário de Governo de Cachoeiro e ex-diretor da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), figura ligada ao governador Renato Casagrande (PSB). Por ter passado parte da carreira em Vitória, ela é vista por alguns como uma "estrangeira", assim como outros secretários da administração municipal que não são de Cachoeiro.

Em janeiro deste ano, Victor Coelho exonerou diversos servidores que se opunham à pré-candidatura de Lorena - muitos deles oriundos do grupo do seu falecido irmão, Glauber Coelho, como a então secretária de Desenvolvimento Social, Márcia Bezerra (PRD), que agora é cotada para ser vice na chapa de Diego Libardi (Republicanos).

Uma derrota recente para a candidatura governista foi a desistência do prefeito Victor Coelho em fazer o empréstimos de 50 milhões de dólares junto à Corporação Andina de Fomento (CAF). Coelho decidiu deixar o assunto para outra ocasião, tendo em vista o clima eleitoral que dominou a discussão.

Cenário eleitoral

O cenário eleitoral de Cachoeiro ficou bastante mexido com a desistência de Júnior Corrêa (Novo), que até o início do ano, era considerado o favorito. Agora, Corrêa ensaia um retorno ao jogo, mas não não se sabe em que posição e condições. Por ora, seu grupo trabalha com a pré-candidatura do deputado estadual Theodorico Ferraço (PP), ex-prefeito de Cachoeiro em quatro mandatos.

Carlos Casteglione (PT) é outro ex-prefeito de Cachoeiro que se colocou novamente na disputa majoritária deste ano, contando com o apoio de siglas de esquerda. Aliado de Casagrande, resta saber agora se ele manterá sua candidatura em qualquer cenário, tendo em vista o esperado apoio do governador a Lorena Vasques.

Diego Libardi (Republicanos), por sua vez, tem se articulado para garantir apoiadores fortes. Um deles seria o próprio Júnior Corrêa. Os deputados estaduais Dr. Bruno Resende (União) e Allan Ferreira (Podemos) também seguem firmes no acordo com o candidato do Republicanos.

Já a extrema direita tem Léo Camargo (PL) como pré-candidato a prefeito de Cachoeiro, vereador que se colocou na disputa majoritária após a desistência do colega Júnior Corrêa.