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Luiz Paulo na disputa à Prefeitura de Vitória pode afetar planos de Coser

Ex-prefeito tucano é ligado a setores importantes da economia estadual e busca resgatar apoio popular

O caminhar do PSB com o PT, mesmo com um discreto distanciamento, registrado nas eleições de 2022, pode mudar o ritmo e até a direção na disputa de 2024 para a Prefeitura de Vitória. A aliança entre o vice-governador e secretário de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço (PSDB), e o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, potencial pré-candidato a prefeito, que veio à tona semana passada, já começa a alvoroçar os bastidores políticos, por afetar a movimentação do deputado estadual João Coser, o nome do PT que, até agora, circula nos meios políticos com mais força para concorrer ao cargo.

Essa busca por apoio de Casagrande empreendida por João Coser vem desde a última campanha, depois da decisão que tirou o senador Fabiano Contarato (PT) da disputa ao governo, facilitando a reeleição do governador. O hoje deputado, depois desse fato consumado, participou de atos públicos da campanha de reeleição, gerando problemas internos no partido.

A ser confirmado o projeto de Renato Casagrande de manter Ricardo Ferraço como homem forte do governo, para sucedê-lo em 2026, o esperado apoio do governador à chapa do PT liderada por João Coser pode gorar e o govenador adotar o mesmo posicionamento de neutralidade ou de um discreto apoio, como ocorreu nas eleições presidenciais.

Apesar do acordo do PSB-PT em 2022, o governador se manteve distante da campanha do presidente Lula e adotou posições que pouco contribuíram para alavancar candidaturas petistas no Estado, apesar de muito solicitado. Em fevereiro de 2022, Casagrande chegou a receber no Palácio Anchieta o ex-juiz e então pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos), provocando mal-estar nas negociações entre as duas legendas.

Alçado à direção do PSDB de Vitória, Luiz Paulo atua também na Subsecretaria de Integração e Desenvolvimento. As articulações foram consolidadas com a participação do seu antigo aliado, o supersecretário Ferraço, com influência direta em outras pastas, como as de Meio Ambiente e a de Agricultura, e apontado como nome para suceder Casagrande no comando do governo em 2026.

A formação desse bloco encontra respaldo na área econômica, em decorrência de ligações de Ricardo e Luiz Paulo com setores importantes do empresariado, mas também barreiras. Prefeito bem avaliado, busca resgatar o apoio popular. Isso por conta da federação PSDB-Cidadania, que apresenta pré-candidatos à Prefeitura de Vitória, a começar pelo deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), cujo projeto é disputar com o atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicano), que o derrotou em 2020.

Há ainda, no mercado, e também apontado pelos partidos da federação, sinalizações em torno do ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania), que anda, porém, afastado da área política, e do ex-deputado estadual Sergio Majeski (PSDB), que nunca escondeu seu desejo de disputar a Prefeitura de Vitória. No ano passado, ele obteve 40 mil votos na disputa à Câmara dos Deputados, insuficientes, porém, para garantir uma cadeira.

Outro nome, com interesse já manifestado publicamente, é do deputado Mazinho dos Anjos (PSDB), estreante na Assembleia, mas com a experiência adquirida como vereador em Vitória e aconselhado pelo traquejado líder político Enivaldo dos Anjos, ex-deputado e atual prefeito de Barra de São Francisco (noroeste do Estado), que ajudou a elegê-lo. Mazinho vem trabalhando para impor seu nome como pré-candidato.

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