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Lula no Estado cita companheiros do PT e promete mais obras

Presidente ressaltou a parceria com o Executivo e Legislativo, com o aporte de recursos

Hélio Filho/Secom

Em sua primeira visita ao Espírito Santo depois de eleito, o presidente Luiz Início Lula da Silva inaugurou, nesta sexta-feira (15), o Contorno do Mestre Álvaro, na Serra, em um ato realizado ao lado do monte do mesmo nome, um dos símbolos do Estado, em meio a uma multidão formada por lideranças políticas de vários partidos, sindicalistas, autoridades e apoiadores, aos gritos de “Olê, Olê, Olé, olá, Lulá, Lulá”.

O avião presidencial aterrissou no aeroporto de Vitória por volta das 14h40. Voaram junto com Lula o deputado federal Helder Salomão (PT), o senador Fabiano Contarato (PT) e o ministro dos Transportes, Renan Filho. A comitiva foi recepcionada pelo governador Renato Casagrande (PSB). Lula chegou ao local por volta das 15h35, seguindo para o aeroporto às 16h45, e de lá para São Paulo.

Em discurso, o presidente relembrou sua passagem pelo Espírito Santo, na campanha do seu primeiro mandato, em 2003, citando o primeiro governador eleito pelo PT, o médico Vítor Buaiz, também prefeito de Vitória, e o escritor, ativista político e ex-preso político Perly Cipriano. Agradeceu a Deus por sua vida, criticou a gestão Bolsonaro, chamando-o de “o coisa”, e prometeu mais obras para o Estado.

O presidente comprometeu-se com as obras da ferrovia Santa Leopoldina, a duplicação da BR-262, entre outras relacionadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Lula lembrou o estado de abandono em que o Brasil se encontrava. O presidente disse que dois meses antes de tomar posse, em 2022, “precisou começar a governar, porque não havia dinheiro para nada”.

Leonardo Sá

O presidente criticou a política de ódio, de mentira e de violência na gestão anterior, do “coisa”, responsável pelo aumento de conflito entre familiares”, e questionou o público evangélico: “Quantas igrejas eu já mandei fechar?”; Quantos banheiros unissex eu mandei construir?”.

Ressaltou ainda a parceria entre os poderes Executivo e Legislativo, com o aporte de recursos para que as obras não parassem. “O Brasil saiu de um período de falta de investimentos para a retomada das obras de infraestrutura de transportes. É um momento de geração de emprego, de renda, de riqueza, em que a população jamais terá que esperar décadas para ver funcionar uma das artérias de transportes mais importantes, como essa de Serra”, afirmou.

Lula externou a alegria de citar “o companheiro Perly Cipriano” e destacou: “Se tem um cara que é obrigado a acreditar em Deus, é o Perly”, passando a relatar o acidente no qual morreram o deputado estadual Otaviano de Carvalho e a secretária de Lula, Elizabeth Gomes Lima, saindo Perly com grande parte do corpo queimado. 

Leonardo Sá

“Em junho de 99, a gente estava indo de São Mateus para Vitória, em três ou quatro carros. Coser [João Coser, atual deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Vitória] me chamou e eu mudei de carro. O companheiro Perly estava no carro de trás. Naquele dia, tinha enchido todos os tanques do carro e o tráfego parou. O Coser parou, parou um carro atrás e parou o Fiat com o Perly, Otaviano e Bet”, disse

Acrescentou que´, em seguida, “vem o caminhão e, de forma desgovernada, bateu no carro do Perly, estourou o tanque e pegou fogo. Eu ouvia as pessoas gritarem, falando para sair que o carro ia explodir. Tentaram abrir a porta. Perly conseguiu sair (…) com o rosto todo queimado. Otaviano não conseguiu abrir o cinto de segurança. Tentamos abrir a porta do carro e não conseguimos. Morreram no carro Otaviano e minha secretária Beth”, lembrou o presidente.

Ele destacou o trabalho da bancada federal do Espírito Santo no Congresso Nacional, que “colocou dinheiro para essa obra não parar” e fez um alerta aos apoiadores que vaiaram os deputados federais Da Vitória (PP) e Gilson Daniel (Podemos).

“Queria pedir que, quando a gente vem para um palanque e traz deputado, senador de outro partido, é importante que não os tratem como adversários, porque nós precisamos trabalhar junto com eles no Congresso”, afirmou, e ressaltou: “A gente vai disputar na eleição, mas depois eu preciso governar. Preciso conversar com muita gente e é assim que a gente governa”.

“O Contorno é uma obra de mais de R$ 500 milhões que somou esforços com recursos da bancada federal do Espírito Santo com os recursos da PEC da transição, o que garantiu que a gente levasse esse investimento adiante. Agora, o fluxo pesado dos veículos de carga sairá de Serra e passará pelo Contorno do Mestre Álvaro, deixando a BR-101 liberada para quem mora, estuda e trabalha na cidade”, destacou o ministro dos Transportes, Renan Filho. 

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