sábado, novembro 23, 2024
23.9 C
Vitória
sábado, novembro 23, 2024
sábado, novembro 23, 2024

Leia Também:

Lula no Estado, em meio a lembranças de crise, sinalizou contexto para 2026

Contarato foi o único do PT a discursar no evento, para muitos, um indicativo do cenário da sucessão

Hélio Filho/Secom

Ainda repercute entre membros do Partido dos Trabalhadores (PT), de maneira bastante discreta, o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua rápida passagem pelo Espírito Santo, na última sexta-feira (15), para inaugurar o trecho rodoviário Contorno do Mestre Álvaro, na Serra. Vinte e seis anos depois, o presidente iniciou sua fala lembrando o “companheiro” Vitor Buaiz, personagem central de uma das mais graves crises, ao deixar o partido, em 1997, por divergências internas.

O presidente elogiou a gestão de Vítor, um dos dois primeiros governadores eleitos pelo PT, ressaltando as fases negativas, “por ter confiado demais no governo federal”, e, na presença do corpo diretivo do partido no Espírito Santo, mandou o recado: “Digam que ele sempre estará em meu coração”, destacou, batendo no peito esquerdo, e, ao mesmo tempo, falando de outro “companheiro”, Perly Cipriano, que lhe fez companhia no palco das autoridades.

O gesto presidencial, antecedido pela fala do único dos membros do PT a discursar no evento, o senador Fabiano Contarato, para muitos representa uma sinalização para o cenário eleitoral de 2026, considerando o fato de o senador ser um dos nomes do partido cogitado para a sucessão do governador Renato Casagrande (PSB). O outro é o deputado federal Helder Salomão, reeleito com 120,3 mil votos.

Em sua fala, Contarato citou os “companheiros das bancadas federal e estadual”, sem declinar os nomes, com exceção do deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Vitória, João Coser, que tem “um projeto para a nossa Capital”. Além dele, ninguém mais falou, cumprindo o programa organizado pela Presidência da República, de forma a direcionar a maior parte do evento para temas preferidos pelo presidente, que contextualizou cenários para as eleições de 2024 e, também, as de 2026.

Lula defendeu a política sem ódio, ao reprimir vaias dirigidas aos deputados bolsonaristas Gilson Daniel (Podemos) e Da Vitória (PP), chamou Casagrande para alianças, ao abordar temas sensíveis ao desenvolvimento estadual, como a ferrovia Santa Leopoldina-Anchieta e de lá ao Rio de Janeiro, as Brs101 e 262, e abriu falas de enfrentamento ao “coisa”, como passou a se referir ao ex-presidente Bolsonaro, também “genocida” e “facínora”. 

No mesmo tom da nova pegada do governo federal, de desconstruir o discurso “mentiroso” do ex-presidente, que ainda circula entre setores da sociedade, com muita força em parte dos evangélicos.

A inauguração do Contorno do Mestre Álvaro não foi montada para ser um evento político, mas serviu para reflexão interna do PT, a fim de barrar projetos meramente pessoais, como afirmam membros do partido e lideranças políticas. Como exemplo, citam Vila Velha e Cariacica, na Grande Vitória, para 2024, por meio de movimentos que favorecem pré-candidaturas no campo conservador, que poderão afetar as eleições de 2026, contribuindo para o retorno da “gestão fascista” encerrada em 2022 com a vitória do presidente Lula.

Mais Lidas