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Magno fecha a boca sobre candidatura própria, mas abre diálogo com PSB e PDT

 
Segundo Magno Malta, PR e PSC têm até a meia-noite desta segunda-feira (30) – data final das convenções partidárias – para anunciar se a coligação terá ou não candidatura própria ao governo do Estado. Na convenção estadual dos dois partidos, que terminou por volta de 14 deste domingo (29), o senador confirmou a candidatura do delegado Fabiano Contarato ao Senado. Após votação, as executivas do PR e PSC deliberaram que os partidos podem, até amanhã (30), fechar coligação com outras legendas. 
 
Magno Malta fez questão de destacar que a decisão continua aberta, e que seguirá conversando com os partidos que o procuraram. Ele confirmou que se reúne nesta segunda com o PSB, do governador Renato Casagrande, e com o PDT, do ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal. O senador reafirmou que só fará alianças que forem positivas para os candidatos do PR e PSC. Ele firmou esse compromisso com os convencionais. “Vocês não servirão de comida de onça para ninguém. Não serão jogados a qualquer coligação para servir de escada”, assegurou Malta.
 
 
Apesar de não ter descartado a candidatura própria, o discurso de Malta deixa pistas de que ele não deve disputar o governo. A abertura da convenção, que contou com a presença do presidenciável do PSC, Pastor Everaldo, também deu indícios de que o senador está mais vinculado à disputa nacional. Depois de lamentar que o PR lhe privou de disputar as eleições para presidente da República, o senador republicano disse que está pronto para percorrer o Brasil para ajudar a eleger o Pastor Everaldo. “Só for preciso, carrego você nas costas”, prometeu a Everaldo. “Carreguei a Dilma que é muito mais pesada”, ironizou. 
 
O senador usou boa parte do discurso para fazer duras críticas ao governo Dilma. Para justificar seu apoio a então candidata do PT nas eleições presidenciais de 2010, Malta recorreu à passagem bíblica de Saul, que teria sido escolhido rei de Israel por um sinal divino, mas, ao tomar o poder, decepcionou a Deus. Na metáfora, Magno quis dizer que também acreditou em Dilma e depois, como o povo brasileiro, se sentiu enganado. Ele disse que o PT está fazendo um striptease moral, se referindo aos escândalos envolvendo o partido.
 
 
Essas declarações voltadas à disputa nacional, deixaram no ar que Magno deve se concentrar regionalmente apenas na candidatura de Contarato, na reeleição de sua mulher, a deputada federal Lauriete (PSC) e no fortalecimento do PR e PSC na Assembleia, com o deputado Gilsinho Lopes puxando a coligação. 
 
Embora tenha adiado a decisão deste domingo para manter diálogos com o PSB e PDT, Magno não deve entrar “de cabeça” na disputa ao governo. Sua participação deve ser discreta.
 
Prova dessa falta de empolgação com os palanques de Hartung e Casagrande, que devem polarizar a disputa, foram as críticas que fez a ambas as gestões. Magno criticou especialmente a política de segurança pública dos dois governos e destacou as masmorras de Hartung (violações no sistema prisional). Ele ainda lamentou os altos índices de homicídios, que mantêm o Espírito Santo como o segundo Estado mais violento do país há mais de uma década. 
 
Ainda com relação às possíveis coligações que a frente PR-PSC pode fechar nas próximas 24 horas, ficou claro que o senador, principalmente após as pesadas críticas ao PT de Dilma, não terá interlocução com o PT. Como também está descartada uma aliança com o PMDB de Paulo Hartung, de quem o republicano sempre foi desafeto. 

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