Com a maioria dos partidos se movimentando e trabalhando o perde ganha do período de filiações partidárias, o mercado político observa o desinteresse por um parceiro que no passado já teve muito peso político para alianças municipais: o PR. Neste sentido, o presidente do partido no Estado, o senador Magno Malta. busca corrigir os erros de pleitos anteriores inflando alguns nomes para tentar se inserir no jogo de 2016.
No último sábado (27), o partido anunciou suas novas aquisições, o ex-deputado estadual Nilton Baiano e a ex-deputada federal Lauriete. Apesar de ter um eleitorado fiel, Nilton Baiano, ex-PP, não teria hoje o mesmo fôlego de quando disputou a eleição à prefeitura de Vitória, mas é um quadro a ser apresentado como reforço. Já a ex-deputada federal é um caso à parte.
Lauriete era presidente do PSC e mulher de Malta, o que fazia com que o partido fosse visto como uma força auxiliar do PR no Estado. Com a ida de Lauriete para o PR, o senador tenta dar uma roupagem nova a uma liderança que sempre foi de seu grupo. Já a afirmação de que ela pode disputar a eleição em Vila Velha, levantada pelo único deputado estadual do partido, Gilsinho Lopes, causou confusão nos meios políticos.
Em 2014, a então deputada federal não disputou a reeleição para o mandato, dizendo que deixaria a política para se dedicar à família. Pouco menos de um ano após essa declaração, Lauriete está de volta ao cenário político e para disputar a eleição que promete ser uma das mais disputadas do Estado. Paralelamente, o senador infla o nome do vereador Gideão Svensson, como um possível quadro para disputar a prefeitura da Serra.
O vereador tem se destacado na Câmara com posições firmes e conseguido visibilidade com suas atividades parlamentares, mas daí a desequilibrar o jogo eleitoral mais pesado do Estado em 2016, que será a disputa na Serra entre Sérgio Vidigal (PDT), Audifax Barcelos (de saída do PSB), Vandinho Leite (PSDB) como terceira via, e podendo ter ainda, Bruno Lamas (PSB) e um nome do PT para dividir os votos, vai ser mais complicado.
Mais do que disputar a eleição, para os meios políticos, a intenção de Malta é fazer barulho e chamar a atenção para reinserir o partido no jogo político do Estado, estabelecendo algumas parcerias. Disso depende, inclusive, a sobrevivência do próprio senador em 2018, quando serão disputadas duas vagas para o Senado. A movimentação de Ricardo Ferraço – em processo de migração para o PSDB – o coloca no palanque palaciano com amplas chances de reeleição.
Já Magno Malta, embora ainda conte com um bom respaldo de seu eleitorado, precisa de uma movimentação política forte, já que o Estado tem lideranças em condições de disputar a vaga que ele ocupa hoje no Senado.
O isolamento do PR hoje é visto nos meios políticos como fruto de uma série de manobras equivocadas do senador em relação ao pleito do ano passado. A primeira delas foi a de iniciar uma movimentação prematura para a disputa ao governo do Estado, o que fez com que várias lideranças do PR, que faziam parte da base aliada do então governador Renato Casagrande (PSB), deixassem o partido, como os deputados Glauber Coelho, Vandinho Leite e posteriormente José Esmeraldo. Prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças do partido em vários pontos do Estado também deixaram a sigla.
Depois disso, Malta rompeu com a presidente Dilma Rousseff e tentou emplacar uma manobra em nível nacional para a disputa à Presidência da República, mas foi barrado por seu partido e ficou sem apoio. A chapa proporcional do PR não alcançou grandes voos na disputa de 2014, conquistando apenas uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Após a eleição, o senador fez um movimento inesperado, se alinhando ao governador Paulo Hartung, de quem foi desafeto desde 2002. Sua atuação no Senado, voltada para questões polêmicas que garantem visibilidade como eleitorado conservador podem lhe dar um bom respaldo eleitoral, mas isso pode não ser suficiente para lhe garantir um terceiro mandato consecutivo. Daí a necessidade de buscar parcerias para se fortalecer politicamente e minimizar a desidratação do PR no Estado.