Deputado estadual criticou falta de debate e apresentação de soluções para os principais problemas do país
“Veja se a essa altura do campeonato era para se polemizar a confiança ou não em urnas eletrônicas. Algo altamente comprovado”, disse o deputado Sergio Majeski (PSDB) nesta quarta-feira (3), em pronunciamento na Assembleia Legislativa, ao criticar a falta de um debate político focado nos temas de interesse do país.
“Como poderia eu, por exemplo, que fui eleito duas vezes pelas urnas eletrônicas e na última eleição o deputado estadual mais votado do Estado, desconfiar desse mecanismo pras eleições?”, questionou, lamentando que não estejam sendo apresentadas soluções para os principais problemas que atingem a sociedade brasileira.
“Os debates, o contraponto, tudo isso faz parte, ou pelo menos deveria fazer parte da democracia de uma forma altamente saudável. Os debates, sobretudo num ano de eleição, deveriam estar centrados naquilo que são os temas de interesse da sociedade. Os nossos debates, não interessa à qual matriz ideológica a pessoa pertença, se de esquerda, direita, centro, nós deveríamos debater quais são as possíveis soluções pra reduzir drasticamente a fome do Brasil. Milhões de brasileiros não têm o que comer”, avaliou.
O deputado listou outros problemas como a necessidade de aumentar o emprego, melhorar a economia, “dar uma injeção de ânimo pra economia brasileira”, assim como investir na educação. “Estamos pelo menos uns 40 a 50 anos atrasados em relação às nações mais desenvolvidas”, pontuou, e enfatizou que o “objetivo é tirar o foco do que realmente interessaria à sociedade”.
“Quais as soluções e as possíveis propostas e projetos para a questão da segurança pública, da agricultura, do atraso tecnológico, isto nos interessa, o resto é espuma, é fumaça”, comentou. “E essa briga superficial entre A e B no Brasil, com temas altamente irrelevantes, que não têm nada que ver com os problemas da sociedade, a população fica perdida e uma parte já não consegue discernir o que nós efetivamente deveríamos discutir”, reforçou.
A polêmica criada em torno do processo eleitoral brasileiro por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi criticada pelo deputado, que afirmou: “A cada eleição majoritária como a desse ano, nós elegemos um presidente da República, 27 governadores, 513 deputados federais, 1.050 deputados estaduais. A cada quatro anos, 5,6 mil prefeitos, aproximadamente, mais de 50 mil vereadores, e por que, só agora, uma pessoa, inclusive que foi eleita várias vezes, assim como seus filhos, pela urna eletrônica, passa a criar uma polêmica e desvia a atenção, acusando o Supremo [Tribunal Federal], acusando o TSE [Tribunal Superior Eleitoral], todo mundo? É sem sentido”, opinou.
“É isso que a população precisa exigir que os políticos façam, que debatam seriamente soluções para os graves problemas que nos atingem. E lembrando sempre, não há salvador da pátria, não significa que um governo, em quatro anos, vai resolver todos os problemas que estão acumulados aí por mais de 500 anos de história do nosso país”, enfatizou.