Bonecos de panos foram empilhados para simbolizar os mais de 60 mil mortos por Covid-19 no Brasil
Esta sexta-feira (10) é marcada pela Jornada Nacional de Lutas pelo #ForaBolsonaro e #ForaMourão. Em todos o País foram realizadas manifestações com objetivo de denunciar os retrocessos impostos pelo Governo Federal e também o descaso no combate à Covid-19. No Espírito Santo, o Fórum Capixaba em Defesa da Vida dos Trabalhadores e das Trabalhadoras organizou um ato em frente à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), em Santa Lúcia, Vitória.
A escolha do local, segundo o presidente estadual do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Antônio Gomes, foi devido ao fato de que o Governo Casagrande (PSB) tem dialogado somente com a Fecomércio. Assim, deixa-se a sociedade civil de lado, além de aumentar o número de mortos e infectados entre os trabalhadores, já que o poder público estadual flexibilizou a abertura do comércio para atender às exigências da Federação, o que impossibilita o isolamento social.
O grupo afirma que a Jornada Nacional de Lutas tem como objetivo preservar vidas e conter a disseminação do novo coronavírus, “o que só será possível com quarentena geral e garantia de emprego e renda digna para todos”. O Fórum afirma que outro objetivo é “dar um basta na retirada de direitos, no desmatamento, nos ataques à cultura, à saúde, à educação, aos povos originários e quilombolas, à juventude negra e pobre e às empresas estatais”, além de denunciar projetos como o da criação da Carteira de Trabalho Verde e Amarela, que, segundo o Fórum, impõe desproteção aos trabalhadores.
Os manifestantes destacam que o governador Renato Casagrande tem discurso contrário ao de Bolsonaro (sem partido), mas as práticas são as mesmas, já que foi feita a reabertura de setores não essenciais. “Resultado desta atitude irresponsável e criminosa: o número de mortos e pessoas infectadas aumenta de forma absurda. E para isentar-se de suas responsabilidades, cobra a adesão individual ao isolamento”, criticam no documento.
Ainda segundo o Fórum, especialistas afirmam que “os pontos de ônibus e o transporte coletivo são os locais de maior concentração do vírus”, e acrescenta: “o próprio inquérito realizado pela Secretaria de Saúde do Estado demonstra que os passageiros e passageiras que dependem dos ônibus têm um nível de contaminação elevado. Exatamente o transporte coletivo que é utilizado pela grande maioria dos trabalhadores e trabalhadoras para sua locomoção diária”.
Também foram denunciadas a subnotificação de dados sobre violência contra a mulher durante a pandemia e a violência policial, além de reivindicado que o Governo do Estado receba os representantes dos trabalhadores “para que possamos discutir de forma democrática e coletiva os rumos do nosso Estado durante e após a pandemia”.