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​Manifestações contra a reforma Administrativa serão intensificadas

Servidores ocuparam as ruas de Vitória na manhã desta quarta-feira contra a reforma e a privatização dos Correios

Manifestantes foram às ruas de Vitória na manhã desta quarta-feira (18), para protestar contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, que trata da reforma Administrativa, e a privatização dos Correios. Segundo a integrante do Movimento em Defesa de Direitos e Serviços Públicos de Qualidade, Junia Zaidan, a ideia é intensificar as mobilizações, já que a atuação das entidades da sociedade civil tem feito os parlamentares mudarem seus posicionamentos em relação à proposta do Governo Bolsonaro (sem partido).

Divulgação

“Na medida em que Bolsonaro vai derretendo, eles abandonam o barco, mas também tem o tensionamento dos trabalhadores, que a gente vai continuar intensificando”, aponta.

Segundo Junia, a proposta de reforma Administrativa passou praticamente ilesa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, mas o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) tem acompanhado a tramitação e percebe-se que, na comissão especial, onde a proposta se encontra atualmente, os parlamentares estão mais divididos entre aqueles que são favoráveis, contrários ou ainda em dúvida.

A concentração da manifestação foi na Praça de Jucutuquara, em Vitória, às 8h30, de onde os manifestantes seguiram rumo à Prefeitura de Vitória para se unir ao protesto dos servidores públicos municipais contra a reforma da Previdência, implementada este ano pela gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos).

De acordo com Junia, o protesto “foi bem marcante, com expressiva participação de entidades representativas de servidores das esferas municipal, estadual e federal”.

A iniciativa é do Movimento em Defesa de Direitos e Serviços Públicos de Qualidade, e incluiu em suas reivindicações a luta contra a privatização dos Correios. A venda da estatal está prevista no Projeto de Lei 591/21, do Poder Executivo, e autoriza a exploração pela iniciativa privada de todos os serviços postais. A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados no último dia cinco de agosto. Da bancada capixaba, somente os deputados federais Helder Salomão (PT), Norma Ayub (DEM) e Ted Conti (PSB) se posicionaram contra.
O PL também estabelece condições para a desestatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e remete a regulação do setor à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Foi aprovado com 286 votos favoráveis e 173 contrários, e ainda será analisado no Senado. Apoiaram a privatização os deputados Amaro Neto (Republicanos), Soraya Manato (PSL), Evair de Melo (PP), Felipe Rigoni (sem partido), Neucimar Fraga (PSD), Lauriete (PSC) e Da Vitória (Cidadania).
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Prestadora de Serviços Postais, Telegráficos, Encomendas e Similares do Estado do Espírito Santo (Sintect-ES), Antônio José Alves Braga, afirma que a categoria “viu com bons olhos” a inserção da luta contra a privatização dos Correios entre as reivindicações da manifestação desta manhã. “As privatizações fazem parte do ataque do governo àqueles que servem à população. Tem que unir forças, pois no final quem sai prejudicada é toda a classe trabalhadora”, diz.

No Espírito Santo, os trabalhadores dos Correios estão em estado de greve, conforme decido em assembleia realizada nessa terça-feira (17), quando debateram os rumos da Campanha Salarial. 

Mudanças
Junia Zaidan destaca que a reforma Administrativa precariza as políticas públicas ao “oferecer todas as áreas do serviço público para a iniciativa privada”.

Ela salienta também que a proposta altera cerca de 80 pontos da Constituição Federal e é pautada em mentiras. Uma delas, aponta, é de que existe excesso de servidores públicos, quando na verdade há carência diante das demandas.

Outra é de que a proposta do presidente Jair Bolsonaro irá acabar com os privilégios, sendo que não vai afetar magistrados, militares e parlamentares. “Vai atingir somente a base dos servidores, que não têm privilégios”, denuncia.

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