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Marataízes termina o ano sem expediente na prefeitura e sem réveillon

Tininho Batista encerra o segundo mandato deixando gestão municipal em crise

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Dos cinco municípios do litoral sul do Espírito Santo, Anchieta, Itapemirim, Presidente Kennedy e Piúma divulgaram programação de réveillon na virada de 2024 para 2025. Marataízes foi a única exceção – ao contrário do que ocorreu em 2023, ano pré-eleitoral.

Em uma região com forte vocação turística, a não realização de evento de virada de ano é bastante sintomática. Em Marataízes, assim como em Itapemirim, a candidatura governista saiu-se derrotada – a situação ainda está pendente apenas em Presidente Kennedy, uma vez que a candidatura do prefeito reeleito, Dorlei Fontão (PSB), foi cassada.

Desde a derrota de Luiz Almeida (Republicanos), candidato apoiado pelo prefeito Tininho Batista (PSB) nas eleições municipais deste ano, as denúncias de problemas na gestão de Marataízes se acumulam. Isso inclui falta de atendimento de saúde, devido à despensa de profissionais de um consórcio de saúde; cortes em benefícios sociais; e paralisação de obras por causa da queda da arrecadação.

Mesmo a urbanização da Lagoa do Meio, um dos principais projetos da gestão, realizado com recursos do governo estadual, foi inaugurada de forma inacabada no último dia 20. Ainda assim, Tininho Batista decretou, na semana passada, ponto facultativo no município nos quatro últimos dias úteis que ainda restavam no ano (23, 26, 27 e 30 de dezembro, considerando que 24 e 31 já estavam incluídos), praticamente encerrando sua gestão de forma antecipada.

Talvez para marcar posição, o presidente da Câmara de Vereadores, Willian Duarte (MDB), que é o vice-prefeito eleito, baixou uma portaria, publicada no Diário Oficial nessa quinta-feira (26), reiterando que a Câmara só acompanharia o decreto de ponto facultativo nos dias 24 e 31, além do feriado do dia 25.

Disputas político-eleitorais

Tininho Batista assumiu como prefeito de Marataízes pela primeira vez, de forma interina, em 2013. Na época, ela era vice de Jander Nunes Vidal (PSDB), prefeito que ficou afastado do mandato até 2015. Os dois acabaram rompendo nessa época, e Tininho foi eleito para chefiar o Executivo municipal em 2016.

Reeleito em 2020, Tininho ficou, ele mesmo, afastado do cargo por decisão judicial entre junho e outubro de 2022. Na época, a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar supostas solicitações de propina por agentes públicos de Marataízes. Também foram suspensos das funções os secretários de Saúde, Eraldo Duarte Silva Junior (PSB) – candidato a vereador mais votado em 2024 –, e de Obras, Ricardo Pepe Reis.

Em abril de 2023, os vereadores do município aprovaram uma Comissão Processante de Inquérito (CPI) para investigar o prefeito, alegando que ele não prestou contas do seu mandato no período de 2017 a 2022. Entretanto, a Justiça aceitou pedido de sua defesa e, em junho, determinou a suspensão da CPI.

Para as eleições de 2026, Tininho tem pretensões de disputar uma vaga como deputado, possivelmente na Assembeia Legislativa.

Nova gestão

O atual prefeito eleito de Marataízes é Toninho Bitencourt, que teve um mandato no Executivo municipal de 2005 a 2008. Depois de perder quatro eleições seguidas, conseguiu se eleger novamente para o cargo no pleito deste ano, com 52% dos votos. O vereador Luiz Almeida obteve 33,48% dos votos, e Jaiminho Machado (PL), atual vice-prefeito, conseguiu 14,48% dos votos.

No último dia 6 de dezembro, Toninho anunciou sua lista com 24 secretários municipais para a próxima gestão. A lista inclui o seu próprio filho, Eduardo Mancini Bitencourt, como secretário de Assistência Social, Habitação e Trabalho, dentre outros nomes que estiveram com Bitencourt em sua primeira administração e figuras que participaram do governo de Tininho.

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