A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados decidiu, em reunião na tarde dessa terça-feira (22), que não há impedimento para que um parlamentar em exercício ocupe, ao mesmo tempo, o cargo de presidente na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A consulta foi feita à CCJ pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a pedido do deputado federal Marcus Vicente (PP) cotado para assumir o lugar de Marco Polo Del Nero no comando da entidade.
O relator da proposta, deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA), entendeu que o impedimento de deputados presidirem empresas e entidades somente existe se sua posição puder ser usada para conseguir favores para entidade. “Não há vedação, a não ser que a CBF venha a gozar desses favores”, disse.
Na semana passada, o deputado federal por Santa Catarina, Esperidião Amim (PP), pediu vista do processo. Isso porque Amim tenta emplacar um lobby em favor de outro vice-presidente da entidade, o também catarinense Delfim Peixoto, que seria o primeiro na linha sucessória de Marco Polo del Nero por antiguidade, já que o vice mais velho, José Maria Marin, está preso.
Caso o atual presidente Marco Polo Del Nero seja envolvido nas investigações dos Estados Unidos sobre corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa), Vicente é um dos possíveis sucessores. Del Nero estaria pensando em se licenciar do cargo e neste caso poderia escolher seu sucessor.
Amim tentou impedir essa movimentação apresentando um voto em separado do relator, que foi acompanhado pelos deputados Tadeu Alencar (PSB-PE) e Marcos Rogério (PDT-RO), mas não obteve êxito.
