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Max Filho: de desafeto político a aposta futura de Hartung

O encontro do governador Paulo Hartung (PMDB) com o prefeito eleito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), repercutiu nos meios políticos não só como uma demonstração  pública de que a paz está finalmente restabelecida entre ambos, mas também como uma aposta futura de Hartung para o jogo político estadual.

Ao destacar a articulação da agenda metropolitana, que tem conversa inicial com Max Filho, o governador estaria tirando o protagonismo do prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) desse eixo, e fortalecendo seu principal partido auxiliar, o PSDB.

Os movimentos do governador, tanto na projeção de sua imagem em nível nacional, por meio da imprensa de fora, quanto nos posicionamentos políticos em relação à política do governo federal sinalizam sua migração para um cargo de peso em Brasília, talvez um ministério, ou a disputa ao Senado. Mas isso deve ser feito pelo governador sem perder o controle da política local.

Quando deixar o governo em 2018, ele passa o bastão para as mãos do vice César Colnago (PSDB), que tem a senha número um para disputar o governo. Nesse projeto, Colnago poderia contar com o protagonismo de Max Filho entre os prefeitos da Grande Vitória. Paulo Hartung prepara o tucano para uma eventual sucessão de Colnago, em 2022, como também seria interesse do prefeito eleito, mas como uma liderança aliada e não um possível adversário de seu grupo.

Para os meios políticos, ao chamar Max para conversar imediatamente após a eleição, o governador deixa transparecer sua movimentação política que inclui o tucano ao mesmo tempo em que barra o crescimento do prefeito de Vitória, Luciano Rezende. Não se trataria de vingança contra o grupo do ex-governador Renato Casagrande (PSB), mas uma simples jogada para garantir uma liderança que seja de inteira confiança do grupo palaciano.

Hoje o grande operador do PSDB é Cesar Colnago, um nome a quem Max Filho tem dívida de gratidão, devido ao abrigo conseguido em 2011, no ninho tucano, em um momento de isolamento absoluto do hoje prefeito eleito de Vila Velha. Com a vantagem do apoio palaciano à sua gestão, Max se fortalece e se torna fiel ao grupo podendo ser acionado no futuro para manter o controle no Estado.

Além disso, há o interesse de Hartung em relação ao seu projeto nacional. Hoje o governador está no PMDB, mas não é um defensor fervoroso do governo Michel Temer. Faz criticas em momentos delicados e parabeniza quando o governo acerta – principalmente quando segue a sua receita, caso do Teto de Gastos. Tendo o PSDB como força auxiliar, Hartung tem uma rota de fuga. Dependendo do desempenho do governo federal, Hartung pode desembarcar do PMDB sem aviso prévio. Essa decisão também dependeria da aposta tucana para 2018.

Com o senador Aécio Neves como presidenciável, a situação seria mais delicada para Hartung; com Geraldo Alckmin ou José Serra, a conversa seria mais tranquila. De qualquer forma, ter o PSDB ao lado hoje é um grande trunfo para o governador.

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