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MDB sinaliza para Ricardo Ferraço e diretórios manifestam insatisfação

Ida para o MDB sinaliza que está fechado o projeto eleitoral de 2026, quando o atual vice já estará no comando do governo

A filiação ao MDB do vice-governador, Ricardo Ferraço (PSDB), também secretário de Estado de Desenvolvimento, deverá ser concretizada a qualquer momento, marcando a caminhada rumo ao Palácio Anchieta em 2026, segundo notícias que circulam nos bastidores. Essa movimentação sinaliza como fechado o projeto da candidatura à reeleição, considerando que ele já estará no comando do governo. Isso seria possível com a saída antecipada do governador Renato Casagrande (PSB) para concorrer a uma vaga no Senado.

A ida do vice-governador para o MDB, a se confirmar, se de um lado representa uma demonstração de força da ex-senadora Rose de Freitas junto ao presidente nacional da legenda, o deputado federal por São Paulo, Baleia Rossi, de outro não reduz o nível de insatisfação de dirigentes locais para com os rumos do partido, não necessariamente por conta de Ricardo.

Os protestos não são de agora e tomaram novas proporções depois da confirmação de Rose na direção da Comissão Provisória, em 21 de junho, pela 10ª vez. Uma situação registrada desde a chegada da então senadora, em janeiro de 2021, para presidir o partido, visando apaziguar os ânimos e reerguer a legenda, o que, até agora, ficou longe de acontecer.

A filiação de Ricardo deve ser realizada em Brasília e referendada no Espírito Santo, informam os bastidores, sem a participação de antigos militantes do partido, em especial no interior do Estado, dentro do processo de “terceirização”, que favorece até membros de outras legendas.

Esse cenário ocorre no interior e também em Vitória, onde há mais de dois anos o diretório não tem uma Comissão Executiva. Em Colatina, na região noroeste, da mesma forma, e a eleição dos delegados à convenção, no final deste mês, que seria realizada nessa quinta-feira (6), foi cancelada.

O presidente da Comissão Provisória Municipal, Alécio Sesana, recusou, pessoalmente, formalizar o registro de chapa completa, mesmo tendo publicado edital para a realização da convenção, ignorando as regras para a constituição dos órgãos diretivos. As convenções de Cachoeiro de Itapemirim e Linhares, até o momento, não foram registradas, situação apontada como “completo desrespeito” aos convencionais/filiados desses municípios.

A ser confirmada a filiação de Ricardo Ferraço, ele encontrará um partido desarticulado e necessitará de muito trabalho para normalizar a situação, que apresenta outros empecilhos, como as investidas junto a Baleia Rossi do deputado federal da Vitória, (PP), coordenador da bancada capixaba na Câmara, em dobradinha com o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos). Ambos também têm projetos para 2026, que passam também pelo MDB.

Esse caminho de Casagrande, que poderá levá-lo ao Senado, foi sinalizado nas entrelinhas desde as escolha de Ricardo para seu o vice-governador, nas eleições de 2022. Na época, o então candidato ao governo, disse: “Essa caminhada, iniciada na última semana, tem por objetivo a consolidação de um projeto de futuro para o Espírito Santo que, desde o início de 2019, vive um momento de significativos avanços econômicos e sociais”.

Mergulhado depois da derrota para a reeleição ao Senado, em 2018, Ricardo voltou à articulação política em 2022, para comandar o recém-criado União Brasil (fusão DEM e PSL), projeto que sofreu interferência da Nacional, impondo no comando o ex-deputado federal Felipe Rigoni, hoje secretário de Estado de Meio Ambiente.

Acomodou-se, então, novamente no PSDB, para tornar-se o nome forte de Renato Casagrande, por meio de uma supersecretaria, que lhe dá as condições ideais para formatar o governo segundo seus projetos, que se casam com os do governador, segundo ele mesmo anunciou, nas entrelinhas, na fase pré-eleitoral, a apontar para o futuro, ou seja, 2026. 

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