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Membros do MDB denunciam caos no partido e mau uso de recursos públicos

Manifesto aponta irregularidades da gestão de Rose de Freitas nas áreas político-partidária e econômico-financeira 

Leonardo Sá

Manifesto de correntes do MDB no Espírito Santo distribuído aos membros no Estado e à direção nacional faz um relato minucioso da situação de caos do partido e acusa a presidente da Comissão Provisória, ex-senadora Rose de Freitas, de mau gerenciamento de recursos do Fundo Partidário, que será denunciado ao Ministério Público.

Os emedebistas apontam “simulação de aquisição de materiais (agendas, blocos e calendários 2023), além de não entregues e não distribuídos (sequer confeccionados), em operação no montante de R$ 110,4 mil – NF nº 9254, de 8/2/2023, de emissão da sociedade sob inscrição (CNPJ/MF): 18.072.839/0001-09, quitada à vista”.

O documento é do MDB Mulher, MDB Afro, MDB Jovem e de lideranças e fundadores do partido, “insatisfeitos com a gestão atual, uma vez que a nomeação de Rose de Freitas, em março de 2021 (…), tem consequências políticas irreparáveis e desastrosas, no que se referem à gestão político-partidária e econômico-financeira, em afronta ao estatuto”.

As correntes denunciam também “adiantamento de recursos – quotas mensais do Fundo Partidário – destinados exclusivamente ao custeio das atividades partidárias que não foram realizadas, pagamentos de irregulares, encontrando-se o MDB na condição de inadimplente de encargos trabalhistas e prestadores de serviços, restando comprometida prestação de contas anuais partidárias e, consequentemente, a vida financeira e a reputação do partido, bem como coloca em risco o patrimônio do MDB (sede partidária)”.

O grupo realiza reuniões virtuais para debater essas questões e, também, traça planos para as eleições de 2024 e 2026, lembrando que, pela primeira vez na história, “o MDB deixou de ter representação em todos os níveis da eleição de 2022, por responsabilidade exclusiva de Rose de Freitas”.

Membros do partido apontam lideranças que poderão se filiar, como o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos), e o vice-governador, Ricardo Ferraço (PSDB), que têm conversado com o ex-deputado federal Lelo Coimbra, nome apontado para assumir a Executiva Estadual, função que ocupou antes de Rose de Freitas.

Para superar esses entraves, no entanto, é preciso realizar as convenções e eleger a direção partidária, explica o ex-candidato a deputado estadual Lauristone da Silva, um das lideranças do partido em Colatina (noroeste do Estado), que moveu uma ação por ter sido destituído da direção do partido no município por decisão se Rose. Eleito presidente do diretório, ele foi substituído por uma comissão, cujo vice-presidente sequer pertence aos quadros do MDB.

Ao assumir a direção da Comissão Provisória, Rose de Freitas encontrou 46 diretórios municipais, 23 comissões provisórias e nove municípios sem representação partidária. “Decorridos mais de dois anos, em abril de 2023, não foram realizadas quaisquer reuniões com os filiados, quaisquer reuniões com os núcleos partidários e, sequer reuniões com os demais membros da própria Comissão Provisória Estadual’, afirma o documento.

“Durante todo o período à frente do MDB, no correspondente a 24 meses – prossegue o manifesto -, não foram empreendidas quaisquer filiações, não tendo sido realizados quaisquer eventos regionais, tampouco fixadas quaisquer diretrizes para a eleição de 2022, não havendo quaisquer perspectivas para as eleições de 2024 e 2026, sendo presumível a desfiliação dos quadros do MDB, notadamente, na “janela partidária”, para os ocupantes de cargos eletivos municipais”.

Século Diário tentou, sem êxito, contato com a ex-senadora Rose de Freitas, hoje assessora parlamentar no Senado, em Brasília.

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