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Marcos do Val confirma em WhatsApp envolvimento em suposto golpe de estado

Diálogo do senador foi captado no âmbito do inquérito sobre ações que envolvem Bolsonaro 

“Eu estou trabalhando há dois anos para prender Alexandre de Moraes”. A declaração está em uma das mensagens de WhatsApp do senador Marcos do Val (Podemos), captadas pela Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura o planejamento de um golpe de Estado envolvendo o senador, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que está preso. O diálogo confirma a participação do senador em ações para desestabilizar o governo, eleito legalmente em 2022.

A revelação é do jornalista Paulo Cappelli e foi publicada nesta terça-feira (5) no portal de notícias Metrópoles. O diálogo do senador e dois interlocutores ocorreu em fevereiro deste ano, quando veio ao público o suposto plano golpista do senador, que divulgou várias versões que embasaram a abertura de inquérito, em junho, e que levou a PF a pedir sua prisão, negada por Moraes.

No entanto, em 15 de junho, ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão em suas residências, em Vitória e Brasília, além de ter as redes sociais suspensas, em decorrência das investigações para apurar crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Em fevereiro, Marcos do Val, depois de divulgar que foi coagido a participar de um golpe de estado, teve que dar explicações à Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. Em uma live, o senador afirmara que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de uma reunião com o ex-deputado Daniel Silveira, que já se encontrava preso.

Nesse encontro, não oficial, Silveira teria proposto que Marcos do Val, com uma escuta escondida na roupa, marcasse uma reunião com Alexandre de Moraes e ouvisse do ministro algo que justificasse o golpe. O áudio, depois, seria vazado, segundo o senador, para dar um aspecto de legalidade à escuta não autorizada.

Segundo a matéria de Cappelli, “em dois de fevereiro, uma pessoa identificada como ‘Elmo’ enviou uma mensagem a Do Val às 11h24: ‘O que precisar de nós, é só falar. Se precisar estar aí com vc, é só falar. Tamo junto na alegria e na tristeza’. Pouco depois, Elmo encerra: ‘Batalha dura”. Segundo apurou o colunista do Metrópoles, o interlocutor seria irmão de Do Val”.

Um outro diálogo, relata o jornalista, entre o senador e seu pai, Humberto, também chamou a atenção de investigadores. Nele, há citação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Olha os relatórios do que provocamos na imprensa brasileira em um único dia! Superou as expectativas, e a primeira fase foi concluída. Essa missão foi provocar a imprensa e a sociedade para pedir aos seus representantes no Congresso as assinaturas para a abertura da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre o dia 8 de janeiro!”, escreveu Do Val no fim da tarde do dia 25 de fevereiro, diz Cappelli.

Na troca de mensagens, continuou o senador: “Disse que não imaginava que faria isso e os generais não paravam de ligar para ele, para dizer que descobriram as minhas ações e parabenizando. Disse que a CPMI irá dar início ao fim do Lula e Xandão. Lula acredito que conseguimos impeachment, o Xandão vai perder a força e vai mergulhar”.

Cappelli afirma que, “neste momento da conversa, Do Val não detalha a Humberto quem seria o sujeito por trás do verbo ‘disse”. Na sequência, finaliza: “Bolsonaro está muito feliz. E impressionado de eu ter feito tudo sozinho”.

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