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Militância defende candidatura avulsa do PT ao Senado

Reinaldo Centoducatte participou de atos de campanha eleitoral nesse fim de semana 

Redes sociais

A Democracia Socialista (DS), corrente interna do PT que busca “alternativa para fortalecer o partido, construir o palanque de Lula e reforçar as candidaturas proporcionais” no Estado, encaminhou ao diretório estadual, nesse fim de semana, o documento “Por uma candidatura avulsa ao Senado”, no qual contesta a nota oficial de apoio ao PSB, que coloca a legenda em posição de isolamento, com a retirada da pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo e o descarte de nomes para a vice e ao Senado.

O isolamento do PT estadual nas articulações políticas, resultante da coligação entre os dois partidos, gerou insatisfação em setores internos, pela forma como foi consolidada. A militância aponta subserviência do diretório estadual e, “(…) ao contrário do que diz a nota de apoio do PT ao PSB no Espírito Sano [divulgada no dia 15], não nos subordinaremos a um movimento que desrespeita nossa história e compromete nosso futuro como partido”, diz um trecho documento.

No mercado, as negociações passaram por projetos pessoais de pré-candidatos do PT, visando as eleições municipais de 2024 e a garantia de apoio para a este ano à Assembleia Legislativa. O mercado aponta o ex-prefeito João Coser e a vereadora Karla Coser, potenciais concorrentes à Prefeitura de Vitória. Os dois compareceram, antes do acordo, a um ato político com o governador Renato Casagrande, no mês passado, na inauguração da Rodovia das Paneleiras.

O encaminhamento do documento da DS ocorreu no mesmo fim de semana em que o pré-candidato ao Senado Reinado Centoducatte, que não integra a mesma corrente, prosseguia em atos eleitorais, visitando comunidades no norte do Estado, em companhia do pré-candidato a deputado federal Perly Cipriano e outras lideranças. Ele mantém silêncio sobre a questão, mas no sábado, expediu um comunicado nas redes sociais.

“A nossa pré-campanha ao Senado pelo PT do Espírito Santo está mantida e cresce a cada dia!”, diz Reinaldo, que às 9 horas de sábado, participou do ato político “Terra, Teto e Pão” e Festa Camponesa de aniversário do acampamento Índio Galdino MST, no Córrego Bom Jesus – Jacupemba – Aracruz; 15h – instalação do Comitê Popular de Lutas do Sernamby, em São Mateus.

No domingo (17), Reinaldo foi à Feira do Empreendedor no Parque de Exposições de Carapina, na Serra; 16h – Arraial da Catedral de Vitória, Centro de Vitória/ES; 19h, Festival Degusta Beer no Shopping Vila Velha; e nesta segunda-feira (18), às 19h, participa da instalação do Comitê Popular de Lutas da Região 4, de Cariacica.

O documento da DS encaminhado ao diretório do PT diz: “O Estado vem sofrendo assédio da ONG empresarial Espírito Santo em Ação desde sua criação, em 2003. São 19 anos usurpando o ES e suas riquezas a partir da influência nos sucessivos governos que se revezaram neste período”.

E acrescenta: “O atual governador foi apoiado pelo PT, naquele cenário de 2011, como alternativa à liderança nefasta de Paulo Hartung dirigida pelos interesses do movimento empresarial e das elites estaduais. No entanto, sua trajetória, construída, inclusive, com nossa presença no governo, perdeu referência nas posições da esquerda brasileira, curvou-se ao movimento ES em Ação, e chegou ao ponto de apoiar Aécio Neves e abster-se do apoio a Haddad em 2018”.

“No ES, os ataques de Casagrande ao PT e a falta de apoio às candidaturas de Coser e Célia nos dizem bem dos rumos de seu governo. O movimento construído para sua pré-candidatura à reeleição constituiu uma aliança conservadora com ‘bolsonaristas’, ‘cirista’ e agora apoiadores de Tebet. Moro, Ciro e Tebet foram recebidos com pompa pelo governador. E Tebet, num desrespeito de Casagrande ao PT, foi acolhida por ele, logo após a custosa declaração de apoio do PT, e de suas tímidas palavras de apoio à Lula”.

Os militantes petistas “Marcelão, Mamute, Candidatura Coletiva, Laís, Inês”, entre outros, afirmam no comunicado ao diretório: “Nós defendemos a candidatura de Contarato à exaustão, porque entendemos que não há espaço para o PT nesta aliança de caráter neoliberal/conservador. No entanto, ao contrário do que diz a nota de apoio do PT ao PSB no ES, não nos subordinaremos a um movimento que desrespeita nossa história e compromete nosso futuro como partido”.

E concluem que se trata de uma “possibilidade de levar no Estado o debate programático do PT, elevar a campanha do Lula assumindo a defesa do nosso legado, e reforçar o voto 13 nas candidaturas proporcionais”, destacando que uma candidatura avulsa “deve ter total apoio da Direção Nacional”.

Uma candidatura ao Senado, ressaltam, “para fazer frente às necessidades do debate e da campanha precisa de recursos. Nosso entendimento é que devemos ter este tratamento respeitoso despendido ao Estado que resistiu mas, em nome da aliança nacional, formalmente constituirá a aliança com o PSB”.

Já o militante Francisco Celso Calmon, afirma: “A militância levou a direção a falar de igual para igual. Mas depois o vício da subalternidade, da coluna vergada, dos vícios do fisiologismo, fizeram que a voz fosse tão fininha, que nem a direção nacional e nem Casa-grande sequer ouvisse. O PT-ES sairá nanico dessa eleição”. Muitos votarão 13 para governador e senador, resultado: nulo. O voto pode não ter digital, mas deve ter dignidade”.

Para ele, “a nacional em relação ao Espírito Santo está igual a figura da Justiça, de olhos vendados e não enxerga a realidade do Estado, por outro, os dirigentes estaduais, talvez até por inexperiência, baixaram muito a coluna e foram entubados. Por fim, parece que a militância deu mostras de exaustão, não fez mais nenhuma plenária e perdeu o protagonismo”.

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