Base reclama da falta de apoio para tocar campanha do ex-presidente Lula em municípios do interior
Os comitês “Lula Presidente”, formados pela militância do Partido dos Trabalhadores (PT), promove neste sábado (10), a partir das 15h30, em frente à Assembleia Legislativa, o ato “#VaidarLulanoprimeiroturno”. A iniciativa faz parte da estratégia de garantir pelo menos mais 1% dos votos válidos, mínimo necessário, se as eleições fossem hoje, para a vitória em primeiro turno na corrida presidencial. A mobilização ocorre em meio às críticas pela falta de apoio do diretório estadual para a campanha de rua.
A três semanas da votação, o PT intensifica os atos de rua, e, ao mesmo tempo, muda o tom da propaganda no rádio e TV, em busca do voto útil. A movimentação petista segue no mesmo cenário observado desde o início da campanha, isolada do restante dos partidos que formam a federação, PCdoB e PV, e também da coligação com o PSB, legenda do governador Renato Casagrande, candidato à reeleição.
Ele lidera a disputa ao governo do Estado e toca a campanha de forma a não alimentar essa aliança, para não desagradar outros nove partidos que o apoiam. Além do PV, que forma a federação com o PT, Casagrande tem o apoio do PDT, Cidadania, MDB, Podemos, Pros, PP e PSDB.
O governador se mantém distante de candidatos petistas, à exceção de alguns poucos, como a presidente estadual do diretório estadual, Jackeline Rocha, que concorre à Câmara Federal, e o ex-prefeito de Vitória João Coser, que disputa uma vaga na Assembleia Legislativa. Esse fato gera críticas internas no partido, acentuadas pelo tratamento dispensado às novas candidaturas e à própria campanha de Lula, cujo nome não é citado nas peças publicitárias.
“Basta olhar as diferenças na campanha das novas candidaturas e a de outras, para comprovar que existe tratamento diferenciado”, comenta um militante, recusando-se a entrar em detalhes. Afirma, no entanto, que membros do diretório querem comandar a campanha de rua, mas, de outro lado, descriminam as novas candidaturas.
A militância reclama, também, da falta de apoio para tocar a campanha do presidente Lula no interior e destaca a necessidade de ampliar a movimentação, a fim de pelo menos manter o empate técnico com Jair Bolsonaro, segundo dados da última pesquisa do Ipec/Rede Gazeta. Os dados mostram Bolsonaro com 39,68% das intenções de voto, enquanto Lula com 38,10%.
No campo evangélico no Estado, base do bolsonarismo, Lula marca 42% e Bolsonaro 39%, destoando a amostragem em vários estados, onde o ex-presidente pontua pra baixo. Esse quadro levou a coordenação da campanha a promover nesta sexta-feira (9), em São Gonçalo, Rio de Janeiro, encontro de pastores e fiéis evangélicos com o ex-presidente Lula, quando foi criado um núcleo para interagir com esse público, sob a coordenação do pastor Ariovaldo Ramos, uma das mais respeitadas lideranças do setor em nível nacional.