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Militância enfrenta direção do PT e exige ‘Contarato governador’

Pré-candidatura de Fabiano Contarato foi lançada no último domingo, em evento organizado por movimentos sociais

O que já era esperado, aconteceu: rachou a relação do PT no Espírito Santo com a direção do partido, por conta do “quase certo” cancelamento da pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo do Estado. “O preço que o Espírito Santo vai pagar é muito alto” é o título da carta aberta às executivas Nacional e Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), divulgada na noite dessa terça-feira (31) pelo Comitê Popular de Lutas Lula Livre e movimentos sociais. No texto, afirmam: “a direção Nacional e a Estadual do PT não têm o direito de calar a nossa voz”.


A decisão sobre a suspensão da pré-candidatura teria sido tomada em reunião dos presidentes nacionais do PT e PSB, Gleisi Hoffman e Carlos Siqueira, nessa terça, para formalizar ajustes que envolvem o governador Renato Casagrande, do PSB, e pré-candidato à reeleição. Os militantes discordam e exigem “Contarato governador”.

O impasse, além da relação nada amistosa do governador com o PT, se ancora, também, nas negociações sobre nomes para o Senado e para vice-governador. O PT indicaria os nomes e o PSB garantiria palanque para Lula no Estado. “Casagrande quer o apoio, mas não oferece nada em troca”, comenta um militante, que lembra as manifestações de apoio dos movimentos sociais no lançamento da pré-candidatura de Contarato no último domingo (29).

Em seu discurso, no evento, Contarato tocou no assunto: “Eu faço um pedido ao PT: não negue isso a essa militância, não negue isso para as mulheres, os pretos, os quilombolas, os trabalhadores e trabalhadoras, para as pessoas com deficiência, para os jovens”, disse o senador, ao colocar seu nome como pré-candidato a governador. 

A carta aberta começou a circular poucas horas depois de os meios políticos comentarem a notícia, ainda não confirmada, de que a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo do Estado seria descartada até o próximo dia 15, prazo estabelecido com o aval do ex-presidente Lula (PT) e do seu vice na chapa presidencial, Geraldo Alckimin (PSB).

Depois de afirmar que o partido não pode ir contra o movimento da militância, a carta aponta críticas a Casagrande: “(…) Moro foi recebido pelo governador como ‘importante’ candidato à Presidência. O candidato do PSB participou de uma live com Ciro Gomes [PDT]. Tem na coligação que montou, pelo menos, três partidos da base do fascista que dirige o Brasil e de outros conhecidos pelo fisiologismo. Quem vai conduzir a campanha de Lula no ES?”.

O documento ressalta: “Desde o Governo de Vitor Buaiz, a esquerda espírito-santense não tem a chance de disputar de forma tão pujante e unida o governo do Estado. Os partidos, durante décadas, se organizaram em torno das importante candidaturas que foram lançadas. Contudo, nem sempre conseguiram conquistar a unidade e a empolgação necessárias à militância da esquerda capixaba. O senador Fabiano Contarato já demonstrou que tem esse perfil. Empolga. Produz uma unidade nunca vista. A esquerda percebe na sua candidatura a potência e a possibilidade de construir um novo Espírito Santo”, destaca.

E prossegue: “Lutadoras e lutadores sociais, trabalhadoras e trabalhadores, negras e negros, indígenas e populações LGBTQUIA+, do campo e da cidade, as juventudes, que querem protagonizar o futuro do Estado, veem a candidatura do Senador como necessária. Não só porque pode unir todos os movimentos sociais, mas porque pode inverter o projeto de desenvolvimento centrado no capital que há 500 anos governa este Estado. Um projeto novo, com cara nova e políticas novas, centradas nas pessoas, na vida em todas as suas potencialidades”.

Em outro trecho, a carta aponta: “Basta de ES em Ação de Renato Casagrande, Paulo Hartung e outros que apenas exploram o ES. Basta de privatizações. Basta de desrespeito ao meio ambiente. Basta de fechamento de escolas, principalmente as do campo. Basta de extermínio da juventude negra. Basta de feminicídio. Basta, fundamentalmente, da incapacidade de enfrentar as desigualdades sociais”.

E conclui: “Queremos a ‘dobradinha’ que garantirá a retomada da democracia. Sem fascismo, sem vacilações. Com as trabalhadoras, os trabalhadores e os movimentos sociais: Lula presidente e Contarato governador”.

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