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Militantes do PT apontam ‘pobreza’ na campanha de Lula no Estado

Nas ações dessa segunda-feira, só tinha militantes antigos, que participam sem nenhuma infraestrutura

Divulgação

A campanha de Lula no Espírito Santo está com reduzida visibilidade em manifestações de rua, em decorrência de ações desencontradas e, principalmente, da falta de dinheiro para bancar o básico, como locomoção para quem reside em bairros afastados dos locais de maior movimentação. Essa situação de “pobreza”, como afirmam os militantes do partido, foi levada ao conhecimento da Executiva Nacional do PT nesta terça-feira (13).

Também nesta terça, ocorreu um exemplo do que parece ser duas campanhas eleitorais distintas. Enquanto a militância se organizou para uma manifestação na região da Rodoviária de Vitória, a campanha de João Coser/Jaqueline Rocha – candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, respectivamente – havia marcado um ato público para Maruípe. Houve reclamações e uma tentativa de unir as duas ações.  

“No nosso ato temos megafone, no outro, carro de som e tudo o mais”, diz um petista, lamentando o que vem ocorrendo, como no final da tarde dessa segunda-feira (12), nas proximidades da Terceira Ponte. “Só tinha militantes antigos, que participam das ações sem nenhuma infraestrutura, por esforço próprio”.

Militantes afirmam estarem cansados de relatar o problema aos coordenadores da campanha do ex-presidente Lula no Espírito Santo. Eles comentam que as ações de rua só recebem uma infraestrutura melhor, mais adequada, quando realizada em conjunto com outros candidatos do partido, entre estes a presidente estadual da legenda, Jaqueline Rocha, e João Coser.

“Nesses casos, tem carro de som e muito material para distribuir. Mas quando o movimento é só do presidente Lula, é uma pobreza só”, desabafa um militante, cujas queixas envolvem, também, descompasso na construção da programação de caminhadas, bandeiraços e outros tipos de manifestações de rua, “extremamente necessárias na reta final de qualquer campanha eleitoral”, como alerta a militância petista.

Essa é a mesma opinião do cientista político Darlan Campos, diretor da República Marketing Político, em artigo sobre a importância da rua, mas sem qualquer referência à questão do PT. Para ele, “a campanha eleitoral de rua ainda tem um grande peso durante todo o processo de caminhada do político rumo ao pleito. Apesar do avanço do marketing digital, com a forte utilização das redes sociais, há territórios, especialmente em cidades menores, que o contato pessoal faz toda a diferença”.

Entre os militantes que estão à frente das manifestações de rua, há um sentimento de que o nome de Lula estaria sendo colocado em plano inferior às candidaturas isoladas. Apesar de sua eleição à presidência da República representar a prioridade do partido, no âmbito nacional, candidaturas isoladas no Espírito Santo “se posicionam de forma a agradar mais o governador Renato Casagrande [PSB, candidato à reeleição], que parece ignorar a coligação de seu partido com o PT”.

Esse fato é alvo de comentários desde que a coligação PSB-PT foi formalizada em julho deste ano, depois de vencidas inúmeras barreiras colocadas por Casagrande, que se colocava como defensor de uma terceira via na corrida presidencial. Fechada a aliança, ele chegou a declarar que votaria em Lula, mas, na realidade, faz uma campanha na qual o nome do ex-presidente pouco aparece.

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