Carlos Cabalini era influente na região noroeste e reunia seus poemas no site Recanto das Letras
A morte nessa terça-feira (9), em Mantenópolis, do ex-deputado estadual Carlos Roberto Cabalini, vítima de um infarto fulminante aos 73 anos, gerou comoção e homenagens no Estado.
“Gostaria que a Assembleia Legislativa encaminhasse as homenagens fúnebres aos familiares”, solicitou o deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) em discurso nessa terça, estendendo sua solidariedade ao ex-deputado Gilsinho Lopes, amigo próximo de Cabalini. “Deixa boas recordações de sua passagem política”, afirmou Enivaldo.
Nascido em Alegre mas crescido em Pancas, o ex-deputado era influente na região noroeste do Estado e pertenceu ao grupo político do ex-deputado Édson Machado, que foi presidente da Assembleia, como lembra Enivaldo dos Anjos (PSD).
“Perdemos um homem honrado, inteligente, de bom coração, bom filho, pai, esposo, avô, amigo e conselheiro. Deixa seu legado de tranquilidade, serenidade, amizade e carinho com seu semelhante”, escreveu Gilsinho Lopes em suas redes.
Cabalini foi eleito em outubro de 1990 pelo PDT, mesmo partido do governador eleito Albuíno Azeredo, tendo exercido mandato entre 1991 e 1994. Compartilhou o trabalho na Casa de Leis com políticos como o atual governador Renato Casagrande (PSB), o ex-prefeito de Vitória João Coser (PT) e o ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB). Também foi servidor da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, onde se aposentou. O Sindilegis, sindicato da categoria, publicou nota de pesar “neste momento de dor”.
Oriundo de família de músicos, Carlos Cabalini começou a tocar violão ainda jovem, tendo sempre um lado artístico aflorado como músico, cantor, compositor e poeta. Participou das bandas Som 13 e Sambatuk.
Muitos de seus poemas, composições e pensamentos podem ser encontrados no site Recanto das Letras. Na véspera de sua morte, Carlos Cabalini publicou em seu perfil no Facebook seu último poema, que reproduzimos abaixo.
Não adianta mentir
Ou intrigas produzir
E publicar no jornal
O mundo é roda gigante
Num sobe e desce constante
Num vai e vem natural…
A inveja, o ódio, a cobiça
São amigos da preguiça
Parentes do baixo astral
Vamos plantar o amor
Pois seja lá como for
O mundo é o nosso quintal…
Não use sua autoridade
Para produzir maldade
A justiça é essencial
Pois tudo que aqui apronta
Por certo vai prestar conta
Lá no juízo final…
Melhor lembrar que Jesus
Mostrou o caminho e a luz
Nos ensinou, afinal
Que mais dia, menos dia
Cai por terra a hipocrisia
E o bem sempre vence o mal.
(Carlos Cabalini)