Diagnosticado com Alzheimer, Max foi um dos políticos mais influentes do Estado
O ex-governador do Espírito Santo Max Mauro morreu nesta quinta-feira (14), depois de 60 dias internado, aos 87 anos. Ele foi diagnosticado com Alzheimer há sete anos. Neste ano, passou por diversas internações, até a última entrada em um hospital em Vila Velha, há dois meses, para tratar de uma pneumonia.
O velório será no Plenário Dirceu Cardoso, na Assembleia Legislativa, a partir das 15 horas desta quinta, e a cerimônia será aberta ao público até o meia-dia de sexta-feira (15). Depois, o cortejo seguirá para o Cemitério Parque da Paz, na Ponta da Fruta, em Vila Velha, onde o sepultamento ocorrerá às 15 horas.
Seu filho, ex-prefeito do município Max Filho, divulgou a informação nas redes sociais, ainda na madrugada: “Com muita dor no coração, venho informar o falecimento do meu querido pai. Às três horas da madrugada deste dia 14 de novembro, faleceu dormindo, aos 87 anos de idade. A causa imediata foi insuficiência renal aguda, após 60 dias de internação hospitalar”.
Max filho acrescentou: “Escrevo estas palavras ao lado do seu corpo, ainda quente. Sou muito grato a Deus pela vida do meu pai e por todo amor que recebi. Agradeço a todos os profissionais que cuidaram do meu pai. Agradeço as visitas, as orações, a amizade e toda a torcida positiva por sua vida. Tudo isso revela o cuidado de Deus para conosco. Obrigado Pai por tudo. Deus abençoe a todos nesta hora”.
Max Freitas Mauro era médico e foi um dos políticos mais influentes no Estado, com atuação no cenário nacional. Nasceu em Vila Velha no dia 11 de março de 1937 e, seu pai, Saturnino Rangel Mauro, foi sindicalista, fundador do Partido Trabalhista Brasileiro no Espírito Santo, vereador e deputado constituinte. Max Mauro fez os primeiros estudos no Estado e mudou-se posteriormente para Salvador para cursar Medicina, área na qual se formou.
Sua atuação política teve início em 1970, quando se elegeu prefeito de Vila Velha na legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no Brasil em abril de 1964. Em 1974, assumiu como deputado estadual e em 1979, foi eleito deputado federal. Com a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro seguinte e a consequente reformulação partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e reelegeu-se deputado federal – o mais votado no partido -no pleito de novembro de 1982. Quatro anos depois, se tornou governador do Espírito Santo.
Sem mandato em 1991, Max Mauro voltou a exercer a profissão no então Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), aposentando em 1995. Voltou, então, para a disputa política, dessa vez pelo PTB, e tentou o governo estadual em 1994, sem êxito. Em 1998, foi eleito deputado federal mais uma vez, seu último mandato da carreira política, já que em 2002 e 2006, foi derrotado nas disputas ao governo do Estado e ao Senado Federal, respectivamente.
Em 2019, o ex-governador registrou sua trajetória na exposição Memórias Fotográficas: tratamento e digitalização do acervo fotográfico do ex-governador Max Mauro, no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), com mais de 9,5 mil imagens, entre 1910 a 2008, com momentos marcantes como a inauguração do Transcol e a construção e inauguração de várias pontes importantes para os municípios capixabas, incluindo a Terceira Ponte.
O governador Renato Casagrande (PSB), que está em Azerbaijão, para a COP29, também se manifestou: “Lamento profundamente o falecimento do ex-governador Max Mauro, que deixa um grande legado de realizações em favor do povo capixaba, um líder visionário sempre comprometido com a responsabilidade na condução da administração pública. Minha solidariedade aos familiares e amigos neste momento de tristeza”.
Max Mauro deixa, além de Max Filho, a filha Márgia; quatro netos, Mariana, João Pedro, Luísa e Davi; e quatro bisnetos, Zion, Levi, Ayla e Lana.