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​Movimento critica ausência de negros no secretariado de Casagrande

André Moreira, advogado e militante, também lamenta a não criação da Secretaria de Equidade Racial

Restam apenas dois dias para a posse do governador Renato Casagrande (PSB), que dará início ao seu terceiro mandato. A possibilidade de nomeação de pessoas negras para o primeiro escalão “cai por terra” diante de um secretariado 100% definido, majoritariamente branco, o que contraria o termo de compromisso assinado no segundo turno das eleições com o Movimento Negro, que questiona as escolhas feitas por Casagrande.

O militante do Movimento Negro e futuro vereador de Vitória, André Moreira (Psol), afirma que a não nomeação de pessoas negras sempre foi a “marca do governo Casagrande”. “É evidente que o traço da cor está marcado. Não é que ele não enxerga cor. Ele vê homem branco e de meia idade”, diz. Segundo André, não é difícil elencar nomes que poderiam estar à frente das secretarias, inclusive, não havendo necessidade de chamar pessoas de fora, como o futuro secretário estadual de Saúde, o economista Miguel Paulo Duarte, do Rio Grande do Sul.

A única pasta que terá uma gestora negra é a recém-criada Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres, que será ocupada pela atual vice-governadora, Jacqueline Moraes (PSB). Entretanto, André aponta que a nomeação foi “para resolver um problema político partidário”. “Tem uma demanda de presença do PSB e ela foi a vice, mas isso não resolve a questão da falta de negras e negros”, ressalta.
André também lamenta o fato de não haver nenhum indício de criação da Secretaria Estadual de Equidade Racial, também reivindicada no termo de compromisso. Ele acredita que Casagrande irá manter a gerência de Igualdade Racial, já existente dentro da Secretaria Estadual de Direitos Humanos (SEDH), ou criar uma subsecretaria. Porém, uma secretaria pode lidar de igual para igual com outras pastas, não somente em ações conjuntas, mas também para questionar o que estão produzindo para promover a equidade racial e apontar quais iniciativas favorecem ou não a promoção dessa equidade.
O termo de compromisso assinado por Casagrande chama-se “Demandas Negras Estruturantes para Equidade Racial e Combate ao Racismo no Estado do Espírito Santo”. Constam outras reivindicações, como a construção e implementação do Plano Estadual para Equidade Racial e combate ao racismo; criação do Fundo Econômico Estadual para Equidade Racial e Combate ao Racismo; criação ou adaptação de uma ferramenta afro governamental com capacidade de articulação para implementações das políticas do Plano; criação de Comissões Afro-brasileiras e Indígenas em todas as secretarias do governo; implantação e implementação de um Plano Estadual da Educação Afrobrasileira e Indígena; formatação de programa para Formação sobre Relações Etnicorraciais e Racismo para Servidores Públicos; e criação de um Comitê Estadual Interinstitucional para Monitoramento, Avaliação e Aferimento das implementações das políticas do Plano Estadual.


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https://www.seculodiario.com.br/saude/e-um-privatista-vem-para-enterrar-o-servico-publico

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