No mercado, circula que denúncia teria sido feita, sem provas, para atingir pessoas próximas do governador
As declarações do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que apontam uma suposta fraude em 2021, em local no Centro de Vitória, dando a entender que se trata do Palácio Anchieta, sede do governo do Estado, teriam sido endereçadas a pessoas próximas a Renato Casagrande (PSB), visando acirrar os ânimos como parte de uma estratégia eleitoral para atingir a gestão estadual.
Esse é o tom de comentários que circulam entre lideranças políticas, sem apontar nomes e em meio a muita cautela, ao tratar da denúncia do prefeito, formulada durante a inauguração de uma escola, no bairro Jardim Camburi, no último sábado (14). O caso está sob análise do Ministério Público (MPES), por força de uma representação protocolada pelo governo.
Nos bastidores, o tema é um dos mais comentados, com cautela, já que não se tem conhecimento de alguma movimentação do prefeito Pazolini para apresentar provas, excetuando-se a visita que ele fez à Superintendência da Polícia Federal, nessa segunda feira (16). O prefeito entregou documentos à PF, relacionados à prática de crimes, mas sem confirmação de que exista ligação com a denúncia do governo Casagrande.
O caso permanece no âmbito do Ministério Público, que na noite dessa segunda-feira (16) divulgou nota curta e de conteúdo meramente protocolar, em resposta a questionamentos sobre a representação do governo do Estado sobre a denúncia formulada, no último final de semana, na qual aponta suposto caso de corrupção no governo, por meio de processo de licitação fraudulenta.
“O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça, informa que recebeu a representação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-ES) que trata do assunto em tela. Informa ainda que o caso será analisado para futura manifestação”.
A denúncia do prefeito, feita sem citar provas, motivou uma reposta do governador Renato Casagrande (PSB), que, por meio da PGE, entrou com uma representação em que aponta ser “indispensável que tais questões sejam imediatamente esclarecidas para fins de conferência de sua autenticidade e comprovação”.
O prefeito da Capital faz parte do grupo do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), concorrente de Casagrande na corrida eleitoral, com participação ativa na pré-campanha, sendo um de seus mais atuantes colaboradores.
Nesta terça-feira (17), advogados voltaram a apontar que Pazolini poderá ser investigado por crime de prevaricação, por ter denunciado somente agora o suposto convite para participar de ato de corrupção em processo de licitação do governo do Estado.
Ao relatar o fato nesse sábado (14), o denunciante se enquadraria no Art. 319 – “Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, segundo o entendimento de advogados.