O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) vai investigar as irregularidades apresentadas pelos radares instalados nas rodovias federais que cortam o Estado. A garantia foi dada pelo procurador-chefe da da República, André Pimentel Filho, aos deputados Marcelo Santos (PMDB) e Gilson Lopes (PR), durante reunião nessa quarta-feira (17), em Vitória.
Segundo o deputado Marcelo Santos, nos próximos dias o procurador analisará o teor do requerimento apresentado pelo parlamentar em que pede o cancelamento das multas aplicadas desde 2014 pelos radares em rodovia federal que cortam o Estado, numa ação coletiva, em razão da sua incorreta aferição e possível adulteração do seu funcionamento.
Após a análise, o representante do órgão ministerial deverá fazer um relatório definindo qual procuradoria que vai apurar as irregularidades: se defesa de cidadania ou defesa do patrimônio.
O deputado Marcelo Santos declarou está satisfeito com a reposta que obteve do Ministério Público. “Fomos bem recebidos pelo procurador. Posteriormente ele irá nos informar o modelo da ação. Além disso, fizemos alguns questionamentos importantes para que sejam abordadas as questões de segurança de trafegar na rodovia, se os radares estão devidamente calibrados e qual o critério adotado pelas comissões julgadoras dos órgãos responsáveis nas análises dos recursos dos motoristas”, disse.
Durante a agenda no Ministério Público Federal, o deputado Marcelo Santos voltou a solicitar que o órgão tome as medidas necessárias para o cancelamento das multas emitidas por radares instalados nas rodovias federais no Estado, em razão de sua incorreta aferição e de possível adulteração no seu funcionamento. Os relatos dos motoristas supostamente flagrados acima da velocidade permitida foram enviados ao Ministério Público Federal por meio de ofício no último dia 11.
Em seu requerimento, o deputado Marcelo Santos citou casos que foram noticiados pela mídia, onde dois motoristas foram autuados por supostamente dirigir em velocidade superior a 255 km. Entretanto o carro de um dos condutores não chega a mais de 240 km/h e outro a 220 km/h.
O parlamentar também utilizou o vídeo feito pelo caminhoneiro Marcell Altoé Boldini, que ao passar por uma via com limite de velocidade de 40 km/h, a 35 km/h, de acordo com velocímetro do veículo, e o radar marcar velocidade de 75 km/h para alertar que os equipamentos podem apresentar falhas.
Durante a reunião o deputado Marcelo Santos entregou um novo ofício ao procurador-chefe da República com um novo relato sobre as irregularidades apresentadas pelos radares. No documento consta que no último dia 12 de junho, um motorista foi surpreendido com o recebimento de duas multas em que os radares registram que ele ultrapassou velocidade permitida no trecho da BR 101, que é de 60km/h. Contudo, o que mais chamou a atenção foi o fato de que o tempo entre a primeira e as segunda infração ser de apenas 7 segundos.
Nos dados apresentado ao deputado Marcelo Santos, o condutor destacou que o percurso/tempo/velocidade é muito pequeno entre os dois radares, o que impossibilita que o motorista de pronto, tome qualquer mudança na condução do seu veículo em relação ao segundo radar, o que poderia ocasionar um grave acidente.