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‘Mureta da discórdia’ divide prefeito e ex-prefeito de Cachoeiro

Victor Coelho diz que remoção de estruturas de concreto poderá aumentar acidentes

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Redes sociais

Nas disputas políticas entre o prefeito e o ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, um tema acabou ganhando relevância acima do esperado nos últimos dias: a retirada das mal faladas muretas de concreto da avenida Aristides Campos, uma das vias mais movimentadas do município.

A gestão de Theodorico Ferraço (PP) fez alarde sobre a atitude, tratada como promessa de campanha cumprida nas primeiras horas da nova gestão, na manhã dessa quarta-feira (1). Já Victor Coelho (PSB), sempre ativo nas redes sociais, gravou um vídeo para defender a medida que havia sido adotada pelo seu governo.

“Pessoal, mal deixei de ser prefeito e as pessoas já estão perguntando qual é a minha opinião sobre a retirada das muretas ali da Aristides Campos”, justificou-se Victor Coelho, logo de saída, no vídeo publicado nessa sexta-feira (3). Segundo ele, dados do último Anuário de Segurança Pública do Espírito Santo revelam que houve diminuição dos acidentes com morte no trânsito de Cachoeiro: de 125, em 2013, para 29, em 2023.

A série histórica citada por Victor Coelho considera também dados da gestão anterior à sua, quando os números começaram a cair. Se considerarmos apenas as gestões de Coelho, a queda foi de 62, em 2017, para 29, em 2023. Houve um pico de elevação em 2019 e 2020, mas as mortes no trânsito no município, de fato, caíram quase pela metade de 2022 a 2023.

As muretas na avenida Aristides Campos foram colocadas com o intuito de resolver problemas sensíveis na organização do trânsito do município. No caso da estrutura de concreto que divide a via próximo a um posto de gasolina e um hotel – ainda não retirada porque depende do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) –, a intenção era impedir cruzamentos e obrigar condutores a trafegar corretamente pela rotatória.

A outra mureta, no trecho da via que liga os bairros Gilberto Machado e Santa Leopoldina – essa, sim, já removida –, o objetivo claro era impedir as conversões irregulares de veículos entre uma mão e outra da via, que causavam acidentes com frequência.

Entretanto, desde 2023, quando foram colocadas, as muretas causaram insatisfação em condutores devido à má sinalização. Foram registrados casos de carros que acabaram batendo e subindo nas estruturas de concreto, sobretudo no início da implantação.

Em entrevista justificando a recente retirada das estruturas, o vice-prefeito, Júnior Corrêa (Novo), afirmou que muitos veículos começaram a ficar imprensados na avenida e houve aumento de acidentes. “Vale lembrar que não é um salvo-conduto para que as pessoas façam conversão à esquerda”, comentou.

Mas Corrêa, ao que parece, estava pregando no deserto. Uma reportagem da TV Gazeta realizada no primeiro dia sem a mureta flagrou um veículo fazendo a conversão proibida. A ver o que os números do trânsito indicarão nos próximos anos sobre essa e outras medidas da gestão que se inicia.

Reunião com o governador

Trânsito, transportes e mobilidade urbana parecem estar mesmo no foco da quinta gestão de Theodorico Ferraço. Nessa quinta-feira (2), ele discutiu “projetos estratégicos” em reunião com o governador Renato Casagrande (PSB) e o vice, Ricardo Ferraço (MDB), que é seu filho. Esses projetos incluem a duplicação da Rodovia do Frade e o novo aeroporto, além de obras de macrodrenagem.

Casagrande, como é sabido, é aliado de Victor Coelho, e a candidata derrota Lorena Vasques (PSB), apoiada por Coelho, acabou de assumir uma subsecretaria do Estado. De qualquer forma, Ricardo Ferraço é uma das garantias de portas abertas para o atual prefeito de Cachoeiro no governo estadual. O ex-deputado estadual ainda se vangloriou por ter sido o “primeiro prefeito eleito em 2024 recebido pelo governador”.

Nessa sexta-feira, após reunião com secretários e vereadores, Ferraço destacou também que seu governo tratará a “austeridade” e o “controle das finanças” como prioridade.

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