Com Roberto Carlos (Serra) e Zé Carlos Elias (Linhares), partido soma até agora quatro nomes nas principais cidades
Com as novas análises, feitas semanalmente e lideradas pelo Grupo de Trabalho Eleitoral Nacional (GTE), são até agora 112 pré-candidaturas. No último dia 13, já havia sido aprovado o projeto do ex-prefeito Carlos Casteglione, em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, e, no dia 5, do deputado estadual e ex-prefeito João Coser, em Vitória, que integra a lista de prioridades do PT.
As composições para os palanques consideram os debates feitos pela Federação Brasil da Esperança, que reúne, além do PT, o Partido Verde (PV) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), legendas que atuam pela primeira vez juntas em um pleito municipal. As estratégias também incluem articular alianças com partidos que já integram a base do governo federal, para garantir alcance até 2026, na disputa à reeleição do presidente Lula.
A pré-candidatura de Roberto Carlos foi lançada no último dia 11, após superar processo interno que tirou do campo majoritário a vereadora Elcimara Loureiro. O professor e ex-deputado estadual se concentra, agora, em avançar na elaboração do plano de governo e buscar o apoio de outras siglas. Roberto Carlos vem de duas derrotas eleitorais, em 2022 e 2018, à Assembleia Legislativa, com baixa votação. Este ano, enfrentará um cenário acirrado, com a presença de lideranças conhecidas e com mandato, quase todas situadas no campo da direita.
O prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), tenta transferir seu espólio para seu chefe de Gabinete e apadrinhado político, Weverson Meireles (PDT). O principal adversário desse bloco, o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP), também tentará retornar ao posto, e outro nome competitivo é do deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos). Completam o quadro o vereador Igor Elson (PL) e o empresário Wilson Zon (Novo).
Em Linhares, Zé Carlos Elias se filiou ao PT neste ano para disputar o pleito. Embora sua pré-candidatura tenha sido homologada, ele ainda está inelegível, condenado por improbidade administrativa, tornando-se “ficha suja”. Depende, portanto, de liberação judicial para concorrer. Em uma das sentenças que pesam contra ele, resultado da investigação da “Máfia das Ambulâncias”, seus direitos políticos foram decretados suspensos até 2026. Em 2014, o ex-prefeito já havia disputado a Câmara Federal sub judice, quando recebeu mais de 27 mil votos, mas não conseguiu validá-los.
Liderança conhecida de Linhares, Zé Carlos Elias comandou o município por duas vezes (1993-1996 e 2005-2008) e exerceu os cargos de vereador (1977-1982), vice-prefeito (1983-1988), deputado federal (1999-2003 e 2003-2004, quando renunciou para assumir novamente a prefeitura) e deputado estadual, além de ocupar importantes cargos públicos.
Hoje, a cidade conta com a pré-candidatura do prefeito Bruno Marianelli (Republicanos), apoiado pelo ex-prefeito Guerino Zanon (PSD), que renunciou ao cargo em 2022 para disputar o governo do Estado, entregando-o ao então vice; o deputado estadual Lucas Scaramussa (Podemos), derrotado em 2020 à prefeitura; e Maurinho Rossoni (PL). Sem Zé Carlos Elias, a tendência é de polarização entre o prefeito e Scaramussa.
Mapa eleitoral
A meta de erguer palanques em cidades com mais de 100 mil habitantes inclui, no Espírito Santo, nove municípios capixabas, alguns que registraram petistas como cabeças de chapa em 2020, a maioria, porém, sozinha, sem conseguir fechar coligações, e também derrotada nas urnas.
Nos demais municípios da região metropolitana, já foram anunciadas as pré-candidaturas do ex-vereador João Batista Babá, em Vila Velha, e da professora Célia Tavares, em Cariacica.
A definição em Vila Velha foi fruto de um longo e divergente processo entre correntes do partido, agora solucionado pelo diretório municipal e pela Executiva Estadual. Já em Cariacica, Célia rompeu as barreiras partidárias, mas enfrenta a pré-candidatura do ex-vereador Heliomar Novais, do PV, partido que integra a base aliada do prefeito, Euclério Sampaio (MDB), seu principal adversário.
A decisão virá da Nacional, envolvendo a federação, mas Célia deve ser consolidada na disputa, repetindo o embate de 2020, que avançou para o segundo turno. Professora e ex-secretária de Educação de Cariacica, ela hoje coordena o escritório do Ministério da Cultura (Minc) no Espírito Santo.
As demais cidades que entrariam no projeto da Nacional são Guarapari, São Mateus e Colatina. Na primeira delas, o ex-vereador Oylas Pereira tenta representar a frente progressista no município; em São Mateus, a professora Zenilza Pauli aparece no cenário; e, em Colatina, o ex-deputado estadual Genivaldo Lievore retorna a campo eleitoral.