Atual subsecretário de Estado diz que forma frente ampla para “retomar a credibilidade do poder público”
Apesar dessa aparente proximidade, Neto diz que dialoga com diversos partidos e que a definição da filiação virá mais adiante. E destaca: “Estou sendo convidado por diversos partidos, mas só vou decidir depois que conversar com o governador”, citando também o União Brasil, PDT, PV, Agir, Democracia Cristã, PRD, MDB… “e tem mais um bocado de agendas marcadas”, acrescenta.
O ex-prefeito mantém fidelidade a Renato Casagrande (PSB), que em maio deste ano o nomeou subsecretário de Ciência e Tecnologia, depois de uma derrota na disputa a uma vaga na Assembleia Legislativa, nas eleições de 2022. Antes desse cargo, assumiu a Secretaria de Governo na Prefeitura da Serra, a convite do prefeito Sergio Vidigal (PDT), também do bloco político de Casagrande.
“Sentia-me deslocado, verdadeiramente sem lugar, diante da extrema polarização que tomou conta do país, principalmente de 2013 para cá. Não me agrada a manipulação que acaba obrigando a população a discutir falsas contradições em vez de focar no que realmente importa, que é a forma pela qual iremos desenvolver o país através da industrialização”, aponta Neto.
Enfatiza o ex-prefeito que “sempre pautei a minha vida e, consequentemente, minha carreira política lutando por desenvolvimento socioeconômico e ambiental, e percebia que simplesmente não conseguia me relacionar com amplitude ou ser escutado por causa de preconceitos disseminados na sociedade”.
E acrescenta: “A radicalização que elegeu a extrema direita em 2018 e colocou em perigo as instituições da República não pode ser menosprezada e exige esforço de todos os democratas. Cansei de ver gente indecente e sem conteúdo se elegendo empunhando a falsa bandeira do moralismo. Continuo dialogando e discutindo política de alto nível, só que agora com muito mais gente. Sentia falta disso”.
Desde o final das eleições de 2022, ainda na presidência do PCdoB, hoje com o médico Neio Lúcio Fraga Pereira, Neto Barros vem reunindo apoiadores para tentar o retorno à Prefeitura de Baixo Guandu nas eleições de 2024. Nos encontros, a análise da conjuntura política e o futuro do município, um dos mais afetados pelo crime da Samarco/Vale-BHP, decorrente do rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais, em 2015.
Com Neto Barros na disputa, o quadro político de Baixo Guandu voltará a ser marcado pela polarização, caso se confirme que o atual prefeito, Lastênio Cardoso (Solidariedade), irá concorrer à reeleição. Ele foi eleito em 2020, com 44,5% dos votos, derrotando o então vice-prefeito, Eloy Avelino (PDT), candidato de Neto Barros.