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Neto Barros sai do PCdoB e avalia legenda para retornar à Prefeitura de Baixo Guandu

Atual subsecretário de Estado diz que forma frente ampla para “retomar a credibilidade do poder público” 

Um dos mais conhecidos integrantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ex-presidente do partido no Estado, Neto Barros, atual subsecretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, está prestes a dar uma guinada em sua trajetória política: sai do partido com o qual se projetou politicamente, para viabilizar a pré-candidatura a prefeito de Baixo Guandu em 2024, na tentativa de alcançar um terceiro mandato no cargo.


“Estou reunindo uma frente ampla em Baixo Guandu para retomar a credibilidade do poder público e recolocar o município no caminho do desenvolvimento”, disse a Século Diário nesta terça-feira (28), mesmo dia da postagem em rede social de um café da manhã com o presidente do Republicanos no Estado, Erick Musso, ex-presidente da Assembleia Legislativa, e o deputado estadual Hudson Leal, também integrante do partido.

Na legenda da foto, o ex-prefeito diz: “Hoje o dia começou otimamente bem! Tive a honra de tomar café com os amigos Erick Musso, presidente estadual do Republicanos e o deputado estadual Dr. Hudson Leal. Coisa boa é falar sobre o futuro e aprender um pouco mais sobre o significado da palavra amplitude”.

Apesar dessa aparente proximidade, Neto diz que dialoga com diversos partidos e que a definição da filiação virá mais adiante. E destaca: “Estou sendo convidado por diversos partidos, mas só vou decidir depois que conversar com o governador”, citando também o União Brasil, PDT, PV, Agir, Democracia Cristã, PRD, MDB… “e tem mais um bocado de agendas marcadas”, acrescenta.

O ex-prefeito mantém fidelidade a Renato Casagrande (PSB), que em maio deste ano o nomeou subsecretário de Ciência e Tecnologia, depois de uma derrota na disputa a uma vaga na Assembleia Legislativa, nas eleições de 2022. Antes desse cargo, assumiu a Secretaria de Governo na Prefeitura da Serra, a convite do prefeito Sergio Vidigal (PDT), também do bloco político de Casagrande.

“Sentia-me deslocado, verdadeiramente sem lugar, diante da extrema polarização que tomou conta do país, principalmente de 2013 para cá. Não me agrada a manipulação que acaba obrigando a população a discutir falsas contradições em vez de focar no que realmente importa, que é a forma pela qual iremos desenvolver o país através da industrialização”, aponta Neto.

Enfatiza o ex-prefeito que “sempre pautei a minha vida e, consequentemente, minha carreira política lutando por desenvolvimento socioeconômico e ambiental, e percebia que simplesmente não conseguia me relacionar com amplitude ou ser escutado por causa de preconceitos disseminados na sociedade”.

E acrescenta: “A radicalização que elegeu a extrema direita em 2018 e colocou em perigo as instituições da República não pode ser menosprezada e exige esforço de todos os democratas. Cansei de ver gente indecente e sem conteúdo se elegendo empunhando a falsa bandeira do moralismo. Continuo dialogando e discutindo política de alto nível, só que agora com muito mais gente. Sentia falta disso”.

Desde o final das eleições de 2022, ainda na presidência do PCdoB, hoje com o médico Neio Lúcio Fraga Pereira, Neto Barros vem reunindo apoiadores para tentar o retorno à Prefeitura de Baixo Guandu nas eleições de 2024. Nos encontros, a análise da conjuntura política e o futuro do município, um dos mais afetados pelo crime da Samarco/Vale-BHP, decorrente do rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais, em 2015.

Com Neto Barros na disputa, o quadro político de Baixo Guandu voltará a ser marcado pela polarização, caso se confirme que o atual prefeito, Lastênio Cardoso (Solidariedade), irá concorrer à reeleição. Ele foi eleito em 2020, com 44,5% dos votos, derrotando o então vice-prefeito, Eloy Avelino (PDT), candidato de Neto Barros. 

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