A expectativa tomou conta do ninho tucano na tarde desta sexta-feira (4), véspera do fim do prazo de filiação partidária para as lideranças que desejam disputar a eleição do próximo ano. Isso porque dois aliados do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) migraram para o partido. Para Paulo Ruy Carnelli, é um retorno ao PSDB. Mas a filiação de Anselmo Tozi surpreendeu os meios políticos e aumentou a expectativa em relação ao retorno de Hartung ao ninho.
A tendência é de que a ida dos aliados do ex-governador para o PSDB estaria conectada com a movimentação de Hartung em várias frentes para 2014. Também teria relação com o anúncio de saída de Neivaldo Bragato da presidência da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), que assim como a de Guerino Balestrassi no Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), pegou o governador Renato Casagrande de surpresa. Nos bastidores, circula que Tozi também ameaça deixar a companhia.
Desta vez, Casagrande teria inclusive ligado para Hartung, cobrando explicações sobre as movimentações dos aliados do antecessor. E teria ouvido de Hartung, que havia chegado a hora de deixar o governo. Mas para os meios políticos, a mensagem dada é o afastamento do palanque de reeleição de Casagrande.
A leitura que os meios políticos fazem é de que a movimentação envolve um jogo eleitoral muito bem orquestrado para o próximo ano. Hartung deixa o PMDB, mas o deputado federal Lelo Coimbra, principal emissário do ex-governador, permaneceria no PMDB comandando o partido. O grupo lançaria a candidatura de Ricardo Ferraço ao governo do Estado, não podendo, assim, os entusiastas da permanência do partido no palanque do governador Renato Casagrande impedir a candidatura própria.
A vaga do Senado poderia ficar com Rose de Freitas, mas há uma bronca da nacional com ela, desde a candidatura da Presidência da Câmara, em que um dossiê contra o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN) foi colocado na conta da deputada, o que prejudica o diálogo com a Nacional.
Mas no PSDB, Hartung poderia ser o candidato ao Senado em uma costura com a candidatura governista do PMDB. Assim o grupo transcende a questão partidária, fortalecendo-se para a disputa de 2014.