Menos de um mês após uma reforma no secretariado, com o enxugamento de sete pastas, o prefeito de Linhares Nozinho Correa (PP) teve que fazer mais uma substituição. O secretario de Saúde, José Roberto Macedo Fontes, alegou problemas pessoais para deixar a pasta.
Mas nos meios políticos, a saída de José Roberto, revelou mais uma face da crise política que vive o município e a atual gestão. Isso porque, segundo o Site de Linhares, a exoneração aconteceu logo após o deputado estadual e ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PMDB) cobrar explicações sobre os contratos de terceirização dos serviços de alimentação e limpeza do Hospital Geral de Linhares (HGL). Segundo Zanon, os contratos consomem, por ano, R$ 10,9 milhões dos cofres públicos.
No início do mês, o prefeito mexeu no secretariado, concentrando seis secretarias nas mãos de quatro nomes: Nivaldo Marchetti acumulou as pastas de Gestão Patrimonial e Compras; Wélio Pompermayer, além da Chefia de Gabinete cuida agora da Comunicação e da secretaria de Governo; Cássio Dias Lopes é o controlador e o secretário de Planejamento; e Carlinhos Fiorot, que além de Turismo, acumulou as pastas de Cultura, Esporte e Lazer.
A crise mostra o embate entre o grupo do atual prefeito e do prefeito anterior nos bastidores. As trocas de acusações sobre rombos nas finanças são instrumentos acionados por ambos os lados e criam um cenário de expectativa para a disputa do próximo ano.
No final de agosto, a administração encaminhou à Câmara de Vereadores documentos que provariam que a gestão de Zanon, em 2012 deixou um rombo de mais de R$ 33 milhões nos cofres do município. O peemedebista tenta reverter na Justiça eleitoral o processo que rejeitou suas contas na Câmara de Vereadores.
O deputado alega que houve uma manobra política orquestrada pela atual gestão para tirá-lo do jogo político, já que Zanon é considerado favorito para a disputa e o atual prefeito está desgastado com o eleitorado.