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Novo secretário do Estado deixou orçamento de R$ 600 para Turismo em Cachoeiro

Ex-prefeito Victor Coelho chefiará a Setur no lugar de Philipe Lemos

PMCI

Victor Coelho (PSB), que acabou de encerrar o segundo mandato consecutivo como prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, foi anunciado na tarde desta terça-feira (4) como novo secretário de Estado de Turismo. Na gestão do governador Renato Casagrande (PSB), Coelho reencontrará Lorena Vasques (PSB), candidata derrotada que ele apoiou para sucedê-lo em 2024, que atualmente é subsecretária de Estado de Infraestrutura Rodoviária, da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semob).

Entre os seus últimos atos de governo, Victor Coelho destinou apenas R$ 600 para investir especificamente em ações de Turismo no orçamento municipal para 2025, herdado pelo prefeito Theodorico Ferraço (PP). Desse montante, foram colocados R$ 100 na rubrica “Eventos Turísticos” e mais R$ 100 em “Incentivo ao Turismo” na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult), principal responsável pelas atividades da área em Cachoeiro, e R$ 400 em “Turismo Rural”, no âmbito da Secretaria Municipal de Agricultura e Interior (Semai).

O orçamento total da Semcult na Lei Orçamentária Anual (LOA) foi de R$ 6,7 milhões. Outras áreas também ficaram com valor muito baixo, como “Carnaval”, “Festa de Cachoeiro”, “Equipamentos e Material Permanente”, “Concessão de Incentivos Culturais” e “Aniversário do Rei Roberto Carlos”, todos com R$ 100 cada uma, além de “Reforma, ampliação e modernização e ampliação de espaços públicos e patrimônios culturais” (R$ 500) e Festival de Artes Cênicas (R$ 460).

Os valores foram mais expressivos para “Gestão de Cultura e Turismo” (R$ 3,4 milhões) – correspondente às atividades administrativas da Semcult -, Fundo Municipal de Cultura (R$ 2,3 milhões), “Lei Rubem Braga” (R$ 650 mil), “Lei Mestre João Inácio (Incentivo ao Patrimônio Vivo)” (R$ 200 mil), “Aparelhamento de Espaços Públicos e Patrimônio Histórico” (R$ 101,4 mil) “Realização de Eventos Culturais e Festivos” (R$ 34,4 mil).

Não é demais destacar que o orçamento da Prefeitura de Cachoeiro de 2025 foi analisado pela Câmara Municipal em 2024 e aprovado após as eleições municipais, quando o parlamento ainda contava com a presença do então vereador e agora vice-prefeito Júnior Corrêa (Novo), que tem papel ativo na gestão de Theodorico Ferraço. Corrêa, inclusive, teve a oportunidade de propor uma emenda que garantiu a possibilidade de a prefeitura fazer empréstimos.

A gestão de Ferraço, portanto, não foi pega de surpresa, ainda que seus poderes no direcionamento do orçamento fossem limitados. De qualquer forma, os baixos valores do orçamento elaborado pela gestão de Victor Coelho revelam a ausência de políticas significativas no município nos últimos anos na área que ele comandará a nível estadual.

Coelho, que tem formação em Artes Cênicas e já foi integrante do Conselho Municipal de Política Cultural de Cachoeiro, enfrentou desgastes na área da Cultura em seu segundo mandato. Em 2023, artistas lançaram uma carta de repúdio após o prefeito não aderir ao programa Fundo a Fundo Editais, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), inviabilizando o investimento de quase R$ 600 mil em editais culturais. Na época, a gestão alegou que a prefeitura enfrentava queda de arrecadação e não poderia arcar com a contrapartida financeira.

No total, a LOA de 2025 da Prefeitura de Cachoeiro estima receitas de R$ 1,1 bilhão e igual valor de despesas.

Articulações

A nomeação de Victor Coelho para o primeiro escalão do governo estadual era esperada nos meios políticos estaduais. Aliado de Renato Casagrande e liderança no sul do Estado, Coelho é especulado como possível candidato a deputado federal pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 2023.

Restava saber apenas em qual secretaria ele seria acomodado. Segundo informações de fontes que atuam na política de Cachoeiro, algumas das opções, além da Secretaria de Turismo (Setur), seriam a Secult, devido à trajetória pregressa do ex-prefeito na área cultural, e a Secretaria de Esportes e Lazer (Sesport), por preferência pessoal de Victor Coelho.

A Secult, porém, é ocupada desde 2019 por Fabrício Noronha, artista e cargo técnico dentro da gestão estadual. Na Sesport, o secretário José Carlos Nunes ocupa a cadeira como indicação do Partido dos Trabalhadores (PT). A solução mais viável foi mexer na Setur, uma vez que Philipe Lemos ocupava a pasta dentro da cota do Partido Democrático Trabalhista (PDT), sigla já contemplada com outras duas secretarias – Casa Civil (Junior Abreu) e Desenvolvimento (Sérgio Vidigal).

“Agradeço ao Philipe Lemos pelo excelente trabalho. Estamos dialogando sobre os seus novos projetos”, escreveu o governador Renato Casagrande nas redes sociais, sem dar pistas sobre uma possível reacomodação do jornalista na gestão.

Neste ano, Casagrande já fez outras três trocas em secretarias estaduais. Tyago Hoffmann (PSB) deixou a Assembleia Legislativa (Ales) para assumir a pasta da Saúde (Sesa), no lugar de Miguel Duarte Neto. Na pasta de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb), o ex-deputado Marcus Vicente deu lugar a Marcos Aurélio Soares da Silva. E Sérgio Vidigal se tornou o novo secretário de Desenvolvimento no lugar do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB).

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