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‘O combinado é Paulo Hartung não ser candidato à reeleição’

Rogério Medeiros e Renata Oliveira 
Fotos: Leonardo Sá / Porã
 
O deputado federal Max Filho é a representação tucana na bancada capixaba e diz gostar do mandato em Brasília. Mas ele não descarta a possibilidade de disputar a eleição para a prefeitura de Vila Velha em 2016, onde aparece entre os quadros com mais capilaridade. 
 
Nesta entrevista a Século Diário, ele fala da consideração do eleitorado canela-verde por sua imagem política e aponta problemas da cidade desde sua saída da prefeitura, há sete anos. Ele aborda também o quadro de lideranças apresentado para o município e as possibilidades em aberto para o processo do próximo ano. 
 
Sobre a disputa estadual, o deputado federal considera incipiente a discussão sobre os caminhos do PSDB no Estado, mas defende que o partido tenha candidatura para erguer um palanque para a disputa presidencial no Espírito Santo. 

 
 
Século Diário – A pesquisa Futura mostrou um cenário já conhecido e comentado nos meios políticos, que é o seu nome como um dos favoritos para a disputa de 2016. Como o deputado recebeu isso?
 
Max Filho – Recebi os números com muita alegria. Vila Velha não é uma cidade para principiantes. É uma cidade com muitas carências, um município com baixa receita e a receita municipal per capta é uma das menores do Estado. Não bastam boas intenções. Alguém já disse que de boas intenções, o inferno está cheio. É preciso um bom planejamento de governo, uma boa equipe, e haja diligência no ato de governar. É matar um leão por dia. Lula teve um assessor chamado Vicente Trevas, ele me disse em certa ocasião que a figura do prefeito é igual a de um boxeador no ringue, em que o adversário vai se alternando na forma de problemas. Esses problemas em Vila Velha são crônicos, dramáticos e intensos. Não permitem que você tenha uma liderança fraca. Para mim foi uma grande universidade, no sentido da experiência. Uma vivência experimental no que há de mais desafiador em termo de gestão pública. Todos os prefeitos que passaram por Vila Velha lidaram com esses problemas. Vejo com muita espontaneidade essa lembrança de meu nome, ao lado de outros prefeitos que por lá passaram. É uma responsabilidade grande, porque é um município com muitos desafios, mas recebi com muita alegria.
 
– Sete anos depois de ter deixado a prefeitura, qual a sua visão sobre o município? O que piorou e melhorou? O que deixou de ser feito em Vila Velha?
 
– Olhando um pouco para trás, acho que esses últimos prefeitos que por lá passaram, o atual e o anterior, fizeram um mal enorme a Vila Velha. Nem o Jorge Anders…o Jorge teve muitos problemas, mas ele não quebrou a prefeitura. Esses levaram o município a uma situação de insolvência. Hoje o município tem dificuldade em manter até a coleta de lixo. O prefeito anterior [Neucimar Fraga, PSD] deixou no último ano de governo seis meses de atraso na coleta de lixo e o atual [Rodney Miranda, DEM] nos brindou com um verão com lixo na rua. Um município que não está nem coletando o lixo direito, você vai esperar mais o quê? Acho que o grande erro foi terem descuidado da gestão, e olha que eles receberam ajuda do governo do Estado. Talvez tenham descuidado de uma área tão importante, que é a saúde financeira de Vila Velha. 
 
– Como tem sido a experiência na Câmara dos Deputados? É um mandato com o olho na prefeitura de Vila Velha, nos problemas da cidade, ou vendo mais o Estado do que Vila Velha?
 
– Para mim é uma experiência nova estar no Congresso Nacional, como deputado. Estou focado neste trabalho. Não tenho me dedicado a um trabalho meramente eleitoral em Vila Velha. A responsabilidade do mandato de deputado federal me leva a dar resposta a problemas nacionais e problemas do Espírito Santo, e não apenas ficar focado no município. Mas também não descarto a possibilidade de vir a ser candidato a prefeito. Não me sinto na obrigação de ser candidato a prefeito, mas também não descarto essa possibilidade. Estou focado no mandato de deputado federal, sou o único deputado federal do meu partido no Espírito Santo, e tenho que corresponder à expectativa de quem votou em mim em Vila Velha e fora de Vila Velha, para que eu faça um bom mandato de deputado federal e venha honrar o voto depositado em mim na eleição passada. 

– A eleição em Vila Velha para 2016 aponta para um cenário bastante congestionado. São apontados os nomes do atual prefeito, Rodney Miranda (DEM), disputando a reeleição; de dois ex-prefeitos – o senhor e Neucimar Fraga (PSD) – do deputado estadual Hércules Silveira (PMDB), que já levou uma disputa para o segundo turno; e dos deputados estaduais Amaro Neto (PPS), que pode ser a novidade do pleito, e Euclério Sampaio (PDT). Enfim, há uma gama de lideranças se movimentando e pela sua fala anterior, percebe-se que não há interesse em compor com algumas delas. Como vê o campo político em Vila Velha para o próximo ano?

 
– São muitos candidatos que as pesquisas vão colocando. Acho que o nome de Amaro Neto, na Grande Vitória, qualquer município em que fosse colocado o nome dele, ele apareceria bem. É o deputado estadual mais bem votado do Estado. Está diariamente na mídia, com um programa de muito sucesso. Poderá se afastar do programa? Desse patrimônio que ele construiu?
 
– Até porque, vencer em Vila Velha é uma coisa, e governar Vila Velha é outra…
 
– E dá porrada com aquele porrete dele, e vai passar a receber as porretadas. Não sei se ele vai estar disposto a deixar de ser estilingue para virar vidraça no dia seguinte. O Hércules Silveira é um deputado bem votado, uma liderança que é referência em Vila Velha., talvez o meu nome tenha atrapalhado porque meu nome apareceu em todos os cenários. O nome do Hércules foi retirado e acrescentado, assim como o do Amaro Neto, e o meu apareceu em todos. Acho que é um processo incipiente e estou disposto a dialogar com todas as forças que estão dispostas a apresentar um projeto novo ou algo que possa colocar Vila Velha nos trilhos. Andamos fora dos trilhos e penso que o atual prefeito está levando até mesmo o seu padrinho político. A avaliação da aprovação do governador Paulo Hartung no Estado teve em Vila Velha seu pior cenário. Não sei, acho que em determinado momento o Paulo Hartung vai ter de largar a mão de seu pupilo em Vila Velha. Mas estou aberto a dialogar. Acho que o partido vai fazer as movimentações mais intensamente e vamos buscar um projeto que venha a resgatar os sonhos, que no município andam um pouco perdidos. 
 
– Há um cenário que vem sendo observado desde 2013, que é a crise em que se encontram os gestores públicos. Então, assumir uma prefeitura em um momento de crise torna-se ainda mais desafiador…
 
– Para mim não será novidade. Quando assumi a prefeitura de Vila Velha foi em um cenário de crise e consegui dar conta do recado. 
 
– Aliás, conviveu oito anos em um cenário de crise, não é?
 
– Sim, eu não tive uma relação tão próxima com o governador. Tanto com o governador José Ignácio quanto com o governador Paulo Hartung, na época. Mas não fiquei chorando minhas mágoas, não. Arregacei as mangas e fui trabalhar. 
 
– Mas a população parece ter hoje uma postura diferente. Tem menos paciência. O deputado mantém um diálogo constante com sua base, que são as reuniões no Dispensário São Judas Tadeu, na Prainha. Isso ajuda a driblar essa impaciência do eleitor?
 
– Acho que o homem público tem uma missão de servir à causa pública. Faz-se necessário pessoas vocacionadas para  a vida pública neste momento de crise que estamos vivendo no Brasil de hoje. Acho que a população tem um desencanto grande com a classe política porque costuma assistir à classe política se servir do bem público, não à causa pública. O meu chamado é outro, é servir à causa pública, e procuro fazê-lo da melhor forma possível e sempre procurando interagir com a população. Não dou motivo nenhum para meu eleitor se envergonhar da minha atuação. 
 
– Hoje, quando anda pelas ruas, a abordagem do eleitor é de cobrança ou pedidos de retorno à prefeitura?
 
– Em Vila Velha, o cenário que a pesquisa mostrou revela um pouco isso. As pessoas estão desejosas que eu seja candidato a prefeito. Nos nossos fóruns de discussão, estou sempre prestando contas do mandato e dialogando com a comunidade, sobretudo, sobre os interesses que estão sendo debatidos no Congresso Nacional. Agora mesmo, vamos votar a questão da redução da maioridade penal. Estou ouvindo as pessoas também sobre isso. Na semana passada discutimos sobre carreira jurídica, vários advogados estiveram presentes. Pretendo dar minha contribuição ao povo brasileiro.  Esta semana recebi membros do Ministério Público e juristas.

Estou com um projeto de emenda à Constituição em que passaríamos a exigir referendo popular na indicação de ministros do Supremo Tribunal Federal. O grande desafio da democracia brasileira é aprofundar a democracia. Reduzir o tamanho desse fosso que separa o povo da sua representação. Se bem que isso não é um problema só do Brasil. Onde há democracia se tem esse problema. Alguém já disse que a democracia é o pior dos regimes, à exceção de todos os demais. É uma crise da representação no mundo todo. Nós temos o nosso sistema proporcional de lista aberta, em que dizemos que quem é eleito não nos representa, mas onde é lista fechada, o sentimento é o mesmo, assim como onde é por voto distrital ou distrital misto. No Chile, onde o voto é facultativo, menos da metade da população compareceu às urnas, no Japão também. Agora, vamos abrir mão da democracia, vamos partir para o quê? Quer dizer que o regime bom é o do Kim Jong-un, que não tem oposição? Porque se houver oposição, ele mata. Matou o tio, o principal assessor. Será que eles estão certos e nós é que estamos errados? Eu acho que não. Não vamos abrir mão da democracia. O que depender do meu mandato, é para aprofundar as conquistas democráticas. 

 
– O que está achando da reforma política até aqui?
 
– A não-reforma, não é? Tô dando razão aos pessimistas: nada é tão ruim que não possa piorar, e com essa reforma vai ficar pior. 
 
– E sobre o voto obrigatório…
 
– Eu votei pelo voto optativo. Acho que o direito vem do costume, da prática e hoje o cidadão não é obrigado a votar. Ele pode não comparecer, justificar depois, pode comparecer em outra seção, pode votar em branco, não votar em ninguém. O índice de abstenção de votos nulos e brancos já chega a 40% do eleitorado. Então, acho que é uma prática. Acho que implantar o voto optativo é reconhecer que isso já existe no Brasil.  
 
– Sobre o pleito do próximo ano, especificamente, a reforma determinou que os prefeitos eleitos em 2016 terão mandato de quatro anos, sem direito à reeleição. O que achou da medida?
 
– No PSDB, eu já estou ficando um pouco manjado. Porque a orientação do partido é em um sentido e eu voto em outro, em algumas questões. Foi assim na terceirização, foi assim na PEC da Bengala, no financiamento empresarial, então, começo a me sentir um pouco ovelha negra. Tenho contado com a compreensão do partido, porque o PSDB não é um partido ideológico no sentido de colocar uma camisa de força em seus deputados. Entende a autonomia do parlamentar. Eu tenho procurado agora desagradar o mínimo possível. Mas na questão da duração do mandato, também não consegui votar a favor do mandato de cinco anos. Não consegui votar no primeiro turno, não vou conseguir votar no segundo turno.

Para não ter uma postura tão oposta, o partido orientou pelo sim, e para não votar não, eu me abstive, o que dá no mesmo que votar não. Para votar uma PEC são necessários 308 sim, o que for não e abstenção, não conta. Eu não consigo votar a favor de um mandato de cinco anos. O que seria o pior dos mundos seria a coincidência da eleição. Mandato de cinco anos e coincidência das eleições, com eleição só a cada cinco anos. Graças a Deus o partido orientou pelo não e eu votei com o partido pela não coincidência da eleição. Eu acho que no parlamentarismo, mandato de cinco anos é bem-vindo, mas no presidencialismo, não. Imagina termos que aguentar a Dilma por mais cinco anos? Imagina, aguentar um Rodney por cinco anos? Já tivemos que aguentar o Sarney por cinco anos. 

 
– Ainda bem que não falou aguentar Paulo Hartung (PMDB) por cinco anos…
 
–  Quem defendeu os cinco anos lembrou de Juscelino Kubischek, ótimo, mas tem que lembrar de José Sarney também. Quando é positivo é ótimo, mas quando não é positivo, cinco anos é uma eternidade. Quatro anos já é tempo demais. Se fosse no parlamentarismo não tinha problema nenhum, porque você pode destituir o poder antes do tempo, convoca-se nova eleição, pode se dissolver o Congresso Nacional. Agora, no presidencialismo, nesta crise do presidencialismo que estamos vivendo, botar mandato de cinco anos, eu não consegui votar a favor. 
 
– Vamos considerar que vença a eleição no próximo ano. Só terá quatro anos de mandato em um momento de crise, e não vai poder se reeleger. 
 
– Eu fui beneficiado pela reeleição, porque eu fui reeleito prefeito, mas eu votei pelo fim da reeleição. Alguns conseguem, como a Dilma conseguiu, e outros que não conseguem, mas acabam fazendo um uso despudorado da máquina administrativa, que é um escândalo. 
 
– A reeleição foi consequência da máquina. O gestor com a máquina se reelegeu, de um modo geral, nem todos…
 
– De modo geral foi isso. Eu votei para acabar com isso. Do que vai dar para aproveitar dessa não-reforma talvez seja só o fim da reeleição para o cargo eletivo. Nós temos que pensar o cargo eletivo não na perspectiva do político, mas na perspectiva do eleitor, do povo. Não pertence ao político, que diz que quatro anos é pouco para desenvolver o trabalho. Não estou pensando nisso, estou pensando no eleitor, que vai ter a alternância, que vai ter o senhorio para estabelecer qual projeto continua e qual muda. Acho que a democracia não se faz sem eleição. A eleição é a respiração da democracia. Meu pai foi governador por quatro anos, não tinha reeleição na época. Terminou apoiando um cidadão que foi eleito, foi o sucessor dele [Albuino Azeredo]. Acho que essa reforma com cinco anos foi ruim, mas o fim da reeleição foi uma coisa boa. 
 
– O deputado federal fez em sua trajetória uma série de mudanças de partido, buscando a sobrevivência política. Agora está no PSDB, que não tem candidato ao governo, a não ser que Paulo Hartung não dispute a reeleição e César Colnago possa ser o candidato do partido. Mas isso é algo difícil de acreditar. Se o PSDB não estiver sob o controle de Hartung o único nome em condições de disputar a eleição é o seu. Como vê isso?
 
– Eu não estou pensando nisso. Primeiro, a questão de minhas mudanças partidárias se deram em razão de um estado de necessidade. Depois que meu pai deixou o governo, nós passamos a ter problemas partidários, dificuldades de ambientes partidários. Penso que não por erros dele, nossos, mas pelos acertos. Nos abrigamos no PMN, depois PTB e PDT. Do PDT exerci meu último mandato de prefeito. Deixei o PDT não porque eu quis sair, mas porque fui ‘saído’, porque não interessava a minha candidatura de deputado federal ao partido em 2010, porque tiraria uma das vagas que o partido tinha, que era de Sueli Vidigal e Carlos Manato. O Carlos Lube, na Convenção Nacional do partido, me fez a célebre pergunta: “você já tem para onde ir?”. O presidente Nacional do Partido! Entendi que fui 'saído'. 
 
– Houve momento de isolamento político…
 
– Depois conversamos com uma série de partidos para que me acolhesse em um momento em que eu estava em uma posição diametralmente ao governador e todo mundo querendo o apoio do Paulo Hartung. Não foi fácil encontrar abrigo em uma sigla partidária. Fui me abrigar no PTB. E ainda assim eu tive dificuldade porque a presidente do partido em Vila Velha era secretária do Neucimar. A presidente estadual era a mãe dela. Eu tive que buscar a filiação no Roberto Jefferson. Eu pensei em me filiar no PSDB porque em 2010 eu estava vendo que o partido teria candidato ao governo contra o candidato do Paulo, que naquele momento era o Ricardo Ferraço [PMDB]. Aí fui procurar o PSDB. Luiz Paulo [Vellozo Lucas], que era o então pretenso candidato a governador, entrou no meu escritório dizendo: “Max Filho vim aqui para marcar o dia de sua filiação no PTB”. Ele me queria perto para trazer mais um partido para a coligação, mas  não me queria tão perto a ponto de passar a ser o inimigo declarado do Paulo Hartung que era o governador na época. Então, fui buscar filiação do PTB com o Roberto Jefferson, que me garantiu a candidatura a deputado federal.

Depois houve aquela presepada do PSB, que queria me levar para disputar a eleição de prefeito pelo partido e acabei ficando sem o PTB e sem o PSB. Aí fui procurar o César Colnago e disse a ele que havíamos disputado a eleição juntos em 2010, eu no PTB e ele no PSDB, a coligação foi essa. César tinha esse dever de gratidão, porque ajudei na eleição dele. Ele me acolheu com todo o carinho. Estou no PSDB e estou feliz. Aécio Neves veio na campanha de 2012. E é um partido que tem expectativa de poder em nível nacional.

Temos Aécio Neves e Geraldo Alckmin, dois grandes quadros políticos do partido, que têm muita chance de vir a se eleger para a presidência da República. E acho que o PSDB tem de ter candidato a governador no Estado, sim. O combinado é o Paulo Hartung não ser candidato à reeleição. O César assumiria o governo e disputaria a reeleição. O César Colnago pode assumir o governo do Estado, até para não disputar a eleição. Mas o PSDB tem de ter candidato para organizar o palanque da eleição presidencial no Espírito Santo e a melhor forma de fazer isso, minimamente, se não houver uma composição melhor, é disputar. O partido é igual a um time de futebol. Onde já se viu time de futebol que não disputa campeonato? Vai perdendo torcida. E o PSDB tem de disputar, temos bons quadros. Temos Luiz Paulo Vellozo Lucas, o Guerino Balestrassi, o César Colnago, eu participo deste contexto também, mas por hora penso no meu mandato e procurar fortalecer o partido para 2018.

 
– E essa vinda do senador Ricardo Ferraço para o partido? 
 
– Ainda não está confirmado isso. Há um diálogo iniciado e será bem vindo. 
 
– Mas vai ser mais um nome em potencial para 2018, não?
 
– Acho que isso é bom para o partido. Ruim é quando o partido não tem nomes, é carente de quadros. Acho que o PSDB está em um momento bom. Vejo isso no plenário da Câmara. Outro dia a Larissa Garotinho, que é do PR, do Rio de Janeiro e participou de um encontro da bancada do PSDB e saiu pedindo voto pela janela da fidelidade ao fim da reforma. Tem gente querendo vir para o PSDB. No caso do senador, o STF já definiu que ele pode mudar de partido sem perder o mandato e o Ricardo estuda a possibilidade de se filiar ao PSDB e eu vejo com bons olhos. Para o partido, nacionalmente, é importante. Nosso presidente nacional é senador. E importe que esses espaços sejam ocupados pela bancada. Na medida em que a bancada precisa de fortalecimento. 
 
– Então, a filiação de Ferraço é bem vista pela direção nacional e pela estadual, também? Ele saiu do partido, ou melhor, foi convidado a se retirar depois de ter apoiado o ex-prefeito João Coser na eleição de 2008 em Vitória, enquanto o candidato apoiado pelo PSDB era Luciano Rezende (PPS). 
 
– O Ricardo foi vice-governador pelo PSDB e terminou saindo do partido nessa ocasião e levou muita gente consigo, ajudou a desidratar o PSDB no Espírito Santo. Acho que isso seria contornado com diálogo com a direção estadual. Esse diálogo foi inaugurado pela direção nacional, que frequentam o mesmo ambiente, que é o Senado. Mas em se efetivando essa filiação, essa ponderação já foi feita com a direção nacional,  de ele se integrar. Por exemplo, na eleição passada, ele foi a Vila Velha e apoiou o atual prefeito. Na perspectiva de o PSDB ter sua candidatura em Vila Velha seria ele que estaria vestindo a nossa camisa e não nós que estaríamos vestindo a camisa dele. 
 
– Ele apoiou Rodney?
 
– Apoiou Rodney. Mas acho que ele será muito bem vindo. Claro, acertando alguns pontos, dialogando com a nova direção estadual, eleita neste domingo, mas acho que o partido vai ter essa noção que é hora de crescer e atrair novos quadros. 
 
– Caso Paulo Hartung dispute a reeleição, a tendência é a de o PSDB apoiá-lo.

 

– Cada eleição tem sua história. O PSDB, na minha avaliação, foi decisivo, não para vitória de Hartung, mas para a candidatura de Hartung. Acho que ele não seria candidato se o PSDB não tivesse ido para ocupar a vice-governadoria. Naquele momento, Renato Casagrande era o governador, dialogava com o PSDB nacionalmente. Mas essa foi a história da eleição passada, a história da próxima eleição ainda será escrita. Esse alinhamento, não vejo como mecânico e automático. Vejo como uma possibilidade. Acho que o PSDB tem se fortalecido no plano nacional e estadual, mas não dá para falar com base em suposições. Se Deus quiser vamos estar vivos e com saúde. 

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