Nelson Junior alcançou notoriedade por meio de um projeto que prega abstinência sexual antes do casamento
O pastor Nelson Júnior (Avante), autor do projeto “Eu resolvi esperar”, que prega abstinência sexual antes do casamento, deve ser confirmado nos próximos dias como o pré-candidato ao Senado na chapa de Audifax Barcelos, candidato ao governo do Estado pela federação Rede-Psol. A escolha levou em conta, segundo o mercado político, a penetração do religioso em congregações evangélicas conservadoras e bolsonaristas.
Nelson Junior deixa para trás o empresário Idalécio Carone (Agir), com ligações ao bolsonarismo, e o professor Gilbertinho Campos, nome indicado pelo Psol, legenda de esquerda insatisfeita pela aliança com partidos atuantes no campo da direita. No mês passado, a candidatura do pastor esteve sob ameaça, apesar das garantias da executiva nacional do seu partido.
O pastor afirma que participou, antes da convenção que homologou o nome de Audifax, de reuniões nas quais ficou definido que ele continuaria dialogando com os pré-candidatos a governador, para que pudesse compor a majoritária onde fosse melhor. Durante as movimentações, o ex-prefeito da Serra chegou a anunciar aliança com o Avante, costurada pela Nacional, gerando reações do diretório estadual. Passada essa fase, o nome dele foi se viabilizando.
Como alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, ele afirma que se vive uma recessão econômica mundial sem precedentes. “Não é somente no Brasil, mas o mundo está atravessando um momento totalmente atípico, pois vivemos o desafio de superar uma pandemia, e quando pensávamos que estávamos caminhando para uma redução e até mesmo finalização, veio uma guerra, e sabemos que pela globalização, afeta o mundo todo. Basta ver o que estão passando os Estados unidos, Toda Europa, nossos países vizinhos especificamente a Argentina e Venezuela”, diz.
Ao tentar explicar a situação no Brasil, o pastor usa de uma série de afirmações desconectadas da realidade, sem citar números e comprovações, dentro da linha do discurso de setores da direita. “Falando em especial do Brasil, o governo Bolsonaro pegou um país numa situação muito crítica, quebrado, máquina inchada, muita corrupção, aumento da dívida pública entre outras coisas que travou (sic), estagnou e caminhava para nos transformarmos em um país caótico e insustentável e, mesmo com todos esses desafios atuais, o Brasil teve avanços significativos”.
O pastor segue declarações do presidente da República, feitas em janeiro de 2021, segundo as quais “o Brasil está quebrado” e ele não pode fazer nada. A afirmação é inverídica, pois, ao chegar ao governo, Bolsonaro pegou o país a economia em crise, mas longe de estar “quebrado”, pois vinha honrado as dívidas, todas as moeda nacional, e possui altíssimas reservas internacionais em dólar. Com Bolsonaro, a crise somente se aprofundou, afirmam especialistas.