Sessão na Câmara contou com a presença de secretários e uma claque formada por atentos batedores de palmas
Não fosse a intervenção da vereadora Karla Coser (PT) e dos vereadores Vinícius Simões (Cidadania) e André Moreira (Psol), a sessão de prestação de contas do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) na Câmara de Vitória, nesta quinta-feira (27), teria sido apenas mais um ato ruidoso de pré-campanha eleitoral. Com a presença de secretários e uma claque formada por atentos batedores de palmas, nos momentos certos, para o ainda não oficializado pré-candidato à reeleição.
O prefeito desfilou realizações e investimentos, existentes somente no “powerpoint” dele, segundo a opinião de Karla, e deixou sem respostas muitos questionamentos, que vão desde o cenário de abandono do Centro da cidade, como mostrou Vinícius, das pessoas em situação de rua, e ao não cumprimento de metas, apontado pelo vereador do Psol, André Moreira.
Na abertura da sessão, o prefeito agradeceu a parceria do Legislativo com a cidade na condução dos trabalhos. “Apresentamos um legado de construção coletiva dialogada. Resgatamos o orgulho de ser capixaba”, exaltou, ao lado do presidente da Câmara, Leandro Piquet (PP), cujas mesuras ao prefeito condiziam muito bem com suas articulações para ter o nome indicado para ser vice na chapa de reeleição.
Foram investidos, segundo Pazolini, de 2021 a 2024, R$ 2,2 bilhões de recursos próprios em Vitória. “Esta talvez seja a maior capacidade de investimento com recursos próprios de uma Capital do Brasil”, declarou na longa apresentação, que estourou o tempo de sua fala, levando-o a utilizar o tempo de Piquet, cedido com extremada boa vontade.
Em relação à educação, disse o prefeito, foram aplicados R$ 200 milhões, no mesmo período. Como resultado, acrescentou, “Vitória ganhou o primeiro lugar em alfabetização de crianças do 2º ano do ensino fundamental no Sudeste. Além disso, são 38 escolas em reforma ou em construção. E são 30 escolas em tempo integral. Também estão sendo entregues duas escolas, zerando o déficit de vagas em Jardim Camburi”.
Em relação à saúde pública, Pazolini destacou que foram vacinados mais de duas milhões de pessoas; as unidades de saúde tiveram seus horários de funcionamento ampliados para das 7 às 19h; foram investidos R$ 1,5 milhão em exames e consultas especializadas; e 900 profissionais de saúde foram nomeados.
Nas áreas de segurança pública, assistência social e urbanismo, foram apresentados dados indicando crescimento e melhoria no atendimento à população. Na Assistência social, ressaltou sob aplausos e reduzidas contestações, que foram distribuídas 28 mil cestas básicas; mais de mil pessoas recebidas nos abrigos temporários; e mais de sete mil famílias atendidas no Vix + Cidadania.
Abrindo a fala dos vereadores, Davi Esmael (Republicanos) questionou o prefeito sobre a política pública para o morador em situação de rua. Pazolini disse que “disponibilizou o abrigo para acolhê-los, que tem sido feita a identificação de criminosos que possam estar nas ruas, e que se oferece escolas e abrigo para os demais”.
A vereadora Karla Coser destacou que a violência doméstica aumentou e citou que a publicização dos dados sobre o tema não tem sido feita, e nem realizadas políticas públicas voltadas para a mulher. Ela também perguntou sobre o protocolo de defesa contra emergências climáticas.
Para o vereador Vinicius Simões, o abandono no Centro vem crescendo e os direitos dos professores como licença-prêmio e de estudos têm sido negados. Pazolini argumentou que, “numa pesquisa nacional, o Centro de Vitória havia recebido a melhor avaliação imobiliária”, e que será assinada a ordem de serviço do Hotel Majestic e da Vila Rubim. Também disse que valorizou os servidores efetivos, com aumento salarial de 32%.
O vereador André Moreira questionou as metas não cumpridas no governo. O prefeito alegou que a pandemia agravou a situação dos necessitados e que os números refletem esse período.