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Pazolini terá facilidade para construir base governista na Câmara de Vitória

Dez dos 15 vereadores eleitos apoiaram delegado contra Coser, entre eles Denninho, o mais votado

Eleito prefeito de Vitória nesse domingo (29) com 58,5% dos votos válidos, o delegado e deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos) deve encontrar facilidade em compor sua base na Câmara de Vitória, com apoio da maioria dos vereadores. O segundo turno polarizado contra o PT, com a candidatura de João Coser, fez com que 10 dos 15 eleitos para o legislativo apoiassem oficialmente o candidato.

O caráter da nova bancada é eminentemente conservador, a começar pelos perfil dos eleitos pelo partido com mais cadeiras, o Cidadania, aliás, o único com mais de um vereador na Casa. Apesar da neutralidade no segundo turno do atual prefeito Luciano Rezende e de seu candidato derrotado Fabrício Gandini, ambos do Cidadania, os três eleitos não hesitaram no apoio a Pazolini. São eles Denninho Silva e Luiz Emanuel, reeleitos, e Maurício Leite, que volta à Câmara para novo mandato. Vereadores do Cidadania da atual legislatura, como Leonil e Vinícius Simões, apoiaram publicamente João Coser no segundo turno, mas não se reelegeram, deixando o partido ainda mais próximo de formar base com o novo prefeito, embora compondo um núcleo conservador mais moderado.

Vereador mais votado este ano, com 7.213 votos, Denninho vem para seu segundo mandato com força política inclusive para pleitear a presidência da Casa, já que o aliado mais próximo e correligionário do novo prefeito, Delegado Piquet (Republicanos), é estreante na política institucional. O acordo para o apoio efusivo de Denninho ao delegado no segundo turno, dado seu poder para transferir votos, pode ter selado a aliança para encaminhar o vereador do Cidadania à presidência da Câmara.

Entre os reeleitos, Davi Esmael (PSD) e Dalto Neves (PDT) também saltaram para o barco de Pazolini no segundo turno. Entre os eleitos pela primeira vez, Duda Brasil (PSL), André Brandino (PSC), Armandinho Fontoura (Podemos) e Gilvan Patriota (Patriota) apoiaram o candidato vencedor para o executivo e podem compor sua base dado o perfil conservador. Como único “bolsonarista raiz”, Gilvan é dos que se pode esperar um apoio mais volátil caso Lorenzo Pazolini decida distanciar sua imagem do desgastado presidente da República, Jair Bolsonaro, impopular em Vitória.

Outro eleito, Anderson Goggi (PTB), não manifestou publicamente sua posição no segundo turno. Tomado pelo bolsonarismo, por intervenção nacional, seu partido acabou coligando com o Patriota e apoiando Capitão Assumção para prefeito, embora o vereador eleito tenha apoiado abertamente Gandini.

Esquerda deve liderar oposição

Entre os eleitos, apenas quatro vereadores apoiaram João Coser. Aloísio Varejão (PSB) seguiu a indicação de seu partido e discretamente apontou a opção pelo ex-prefeito. Vereador reeleito, Luiz Paulo Amorim (PV) também apoiou Coser, embora seu posicionamento diante de Pazolini ainda pareça incerto.

As duas candidatas que certamente figurarão numa oposição serão as duas únicas mulheres eleitas, ambas novatas e progressistas, Camila Valadão (Psol), segunda mais votada, e Karla Coser (PT), filha do ex-prefeito derrotado nesse domingo. Terão tarefa árdua adiante para enfrentar uma conjuntura política adversa e um parlamento formado majoritariamente por homens brancos e conservadores. Mas podem conseguir se destacar se fizerem mandatos combativos, impulsionando para alçar voos mais altos na política, já que mais de 40% do eleitorado da Capital votaram contra a eleição do delegado para o executivo.

Em suas redes, Camila lembrou que não é a primeira vez nos tempos recentes em que se enfrenta um momento difícil para as forças progressistas e de esquerda. “Seremos a resistência na Câmara Municipal de Vitória. Será duro, muito duro. Precisamos ainda mais de cada um e uma acompanhando e fortalecendo o nosso trabalho”.

Já Karla Coser foi mais moderada e parabenizou Pazolini pela vitória, destacando a importância do processo democrático, apesar do resultado contrário ao que esperava. “Nosso compromisso segue firme de fiscalizar a gestão, com uma oposição firme e responsável, e sempre vigilante”.

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