Eleger 15 prefeituras este ano fica mais difícil para a meta traçada pelo partido, dirigido por Gilson Daniel
Fica cada vez mais difícil para o Podemos no Espírito Santo, dirigido pelo deputado federal Gilson Daniel, alcançar a meta traçada em maio de 2023, em evento realizado na Assembleia Legislativa, em Vitória, de alcançar a marca de 15 prefeitos nas eleições deste ano. Desse período até fevereiro deste ano, dos cinco prefeitos filiados ao partido, o Podemos perdeu dois.
O prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi, foi para o MDB; Cleudenir José de Carvalho Neto, o Ninho, de Dores do Rio Preto, está no PP, dirigido pelo deputado federal Da Vitória, do grupo da direita ligado ao ex-deputado Erick Musso, Republicanos, contrário ao bloco do presidente do Podemos e aliado do governador Renato Casagrande (PSB).
O comunicado de saída do coronel Alexandre Ramalho do partido, nessa sexta-feira (16), que deve se filiar ao Republicanos, com maiores chances, ou ao PP, amplia o número de desfiliações e reforça as bases do PP e Republicanos. Esse movimento expõe divisão no campo da direita, que poderá favorecer os partidos mais à esquerda, em especial os pré-candidatos à Prefeitura de Vitória João Coser (PT) e Camila Valadão (Psol).
De um lado, Republicanos e PP articulam juntos, como está demonstrado em movimentos de suas lideranças, em especial em colégios eleitorais mais densos, como Vitória e Serra. Na Capital, trabalham para a reeleição do atual prefeito, Lorenzo Pazolini e, no município vizinho, o grupo emplacou a pré-candidatura do ex-prefeito Audifax Barcelos, que deve concorrer com o prefeito Sergio Vidigal (PDT), aliado histórico de Casagrande.
Nota do diretório estadual do Podemos, divulgada nesse final de semana, lamentando “profundamente a decisão” de Ramalho, pré-candidato a prefeito de Vila Velha, destaca que a “construção partidária é uma atividade coletiva, realizada a muitas mãos, em uma caminhada conjunta com o projeto liderado pelo governador Renato Casagrande”.
Uma articulação que passa pela reeleição do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, membro do partido, com cacife para concorrer ao governo nas eleições gerais daqui a dois anos. Nesse contexto, os meios políticos apontam divergências, considerando nomes cogitados para as eleições gerais de 2026, ligados ao espaço de influência de Casagrande.
O Podemos tem hoje no Estado três prefeitos: Arnaldinho Borgo; Wanderson Bueno, Viana; e Marcos Jauhar , de Guaçuí; além de um senador, Marcos do Val; dois deputados federais: Gilson Daniel e Victor Linhalis; e quatro deputados estaduais: Marcelo Santos, Lucas Scaramussa, Allan Ferreira, lançado pré-candidato a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, e Alexandre Xambinho.