Presidentes estaduais, Da Vitória e Felipe Rigoni, se encontraram esta semana

Lideranças do Progressistas (PP) decidiram, nessa terça-feira (18), que o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do partido, deve continuar com as tratativas para uma federação com o União Brasil. Resta agora saber qual será a posição oficial dada pelo próprio União Brasil, o que deverá ocorrer até sexta-feira (21), segundo informações da imprensa nacional.
Em meio às articulações, os presidentes estaduais do PP e do União Brasil – o deputado federal Da Vitória e o secretário de Estado do Meio Ambiente Felipe Rigoni – almoçaram juntos nesta segunda-feira (17), conforme destacado na coluna Socioeconômicas, de Século Diário. Rigoni será substituído do comando em breve pelo prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (ainda filiado ao MDB), que deverá ficar com a responsabilidade de conduzir o processo no Espírito Santo.
Se a federação se confirmar, se tornará a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares – Da Vitória e Evair de Melo, do PP, e nenhum do União do Espírito Santo. O mesmo cenário se repetirá na Assembleia Legislativa, com uma bancada de seis deputados estaduais – Marcos Madureira, Raquel Lessa e Zé Preto (PP); e Denninho Silva, Bruno Resende e Marcelo Santos (União).
Em número de prefeitos, o União Brasil acrescentaria mais um mandatário aos 12 do Progressistas, que obteve a segunda maior votação do Estado para o cargo – ficando atrás apenas do Partido Socialista Brasileiro (PSB), do governador Renato Casagrande, que elegeu 21 prefeitos em 2024.
A federação dos dois partidos também consolidaria a adesão do PP ao bloco governista nas eleições de 2026. O União Brasil é um partido que já faz parte do grupo liderado pelo governador Renato Casagrande – que deverá ser candidato ao Senado ano que vem; e o plano A é que o vice, Ricardo Ferraço (MDB), seja o candidato de situação ao governo.
Já o Progressistas não é tão fiel assim a Renato Casagrande. O presidente estadual, Da Vitória, apoia o governador, mas também mantém laços com opositores, como o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), pré-candidato ao governo estadual. A sigla fez a vice na Capital, Cris Samorini, e também abriga figuras como o deputado federal Evair de Melo, opositor ferrenho de Casagrande e que emite sinais de disputar o Senado.
Ou seja, se a federação vingar, o PP ficará obrigado a ter uma posição mais assertiva em relação ao governo estadual. Evair de Melo, que circula junto com Pazolini pelo Estado na campanha antecipada do prefeito de Vitória, teria que procurar outro partido. O próprio Da Vitória é cotado como candidato a senador, em possível dobradinha com Casagrande.
Da Vitória tem posicionamentos ideológicos divergentes do governador. Nesta quarta-feira (19), tornou público nas redes sociais seu apoio ao projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que tramita na Câmara dos Deputados. Mas, dentro da estratégia de frente ampla do grupo governista, divergências de pensamento são esperadas. Além do mais, o próprio Casagrande sancionou, em 2019, lei de anistia para quem participou da greve da Polícia Militar de 2017.
As conversas para a federação também envolviam o Republicanos, mas a sigla recuou. Agora, o Republicanos conversa com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para uma possível fusão – que, por sua vez, articula com Podemos e Solidariedade a formação de outra federação partidária.