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PRD nacional pede impugnação da candidatura de Diego Libardi em Cachoeiro

Partido quer aliança com Lorena Vasques, candidata apoiada pelo prefeito e governador

A Comissão Executiva Nacional do Partido Renovação Democrática (PRD) ingressou, na sexta-feira (16), com uma ação na Justiça Eleitoral para impugnar a candidatura a prefeito de Diego Libardi (Republicanos), registrado na disputa majoritária de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado. A alegação é de que o diretório municipal da sigla não seguiu a orientação de coligação definida pela comissão. A executiva quer uma coligação com a chapa de Lorena Vasques (PSB).

Entre os documentos do processo em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (0600352-32.2024.6.08.0002), está a ata de uma reunião extraordinária do PRD, realizada no último dia 10 de julho, na qual ficou definido que o partido firmaria coligação partidária no Estado com o Partido Social Democrático (PSD), “salvo se houver candidato do próprio partido ao cargo de prefeito(a)”.

Outro documento é uma resolução da executiva nacional publicada do último 2 de agosto, anulando as convenções partidárias e as coligações formadas em sete municípios: Cachoeiro, Baixo Guandu, Castelo, Guarapari, Itapemirim, Muniz Freire e Vitória, por supostas irregularidades apontadas por um “membro ativo do PRD”.

O artigo 4º da resolução aponta que, “no município de Cachoeiro de Itapemirim/ES, a respectiva Comissão Provisória Municipal nomeada pela Comissão Provisória Estadual deverá formar coligação majoritária com o PSB – Partido Socialista Brasileiro e demais siglas integrantes da coligação ‘Avança e Acelera”.

O pedido de impugnação tem relação direta com os embates com o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União). A resolução aponta que o deputado estadual continuava dirigindo o PRD no Espírito Santo, mesmo após ele descumprir compromisso de se filiar a outra agremiação partidária e “comprometer o ajuste político e as diretrizes partidárias legitimamente estabelecidas para as eleições de 2024.

A Nacional interveio na comissão estadual, mas, no último dia 6 de agosto, o juiz federal Alceu Maurício Júnior restabeleceu Joelma Costalonga na presidência do PRD no Espírito Santo, decisão que mantém o controle da legenda pelo presidente da Assembleia Legislativa e as candidaturas e alianças que o partido construiu nos municípios. Joelma é colaboradora de Marcelo, ocupando a secretaria da Casa dos Municípios da Assembleia.

Em Cachoeiro, tanto o PRD quanto o PSD – partido com o qual deveria se coligar, de acordo com a ata da Executiva Nacional – estão na coligação “Cachoeiro em Primeiro Lugar”, representada pela chapa com Diego Libardi e a nutricionista Rafaela Donadeli (União). As outras siglas incluem Podemos, Agir, Avante, Solidariedade (SD) e Mobiliza.

O presidente estadual do Podemos, o deputado Gilson Daniel, também tentou fazer com que a sigla que representa não entrasse na coligação de Diego Libardi, para não entrar em conflito com as pretensões do governo estadual, mas prevaleceu a vontade do diretório municipal. Marcelo Santos era filiado ao Podemos anteriormente, e saiu devido à incompatibilidade com Gilson Daniel.

Lorena Vasques, por sua vez, tem como vice o ex-vereador Alexon Cripiano (PDT), levando à frente uma coligação que inclui, além dos partidos dos dois componentes da chapa, a federação Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Cidadania.

Os demais candidatos a prefeito em Cachoeiro são o ex-prefeito Carlos Casteglione (PT), o deputado estadual e também ex-prefeito Ferraço (PP), e o vereador de extrema direita Léo Camargo (PL).

‘Sem fundamentos’

A coligação de Libardi, “Cachoeiro em Primeiro Lugar”, afirmou, em nota que a
 impugnação “não possui fundamentos suficientes para ser julgada procedente” e que a candidatura não será afetada, “uma vez que ela carece de aptidão legal para alcançar tal objetivo”. Destaca, ainda, confiar “plenamente na Justiça Eleitoral” e que aguarda a decisão, “com a certeza de que a verdade prevalecerá”.

Outras cidades

Em relação às outras cidades em que a Comissão Executiva Nacional do PRD apontou irregularidades, Século Diário não localizou, até o fechamento desta matéria, pedidos de impugnação.

Em Baixo Guandu, no noroeste capixaba, o PRD e o PSD apoiam a tentativa de reeleição do prefeito Lastenio Cardoso (MDB), junto ao PSB do governador Renato Casagrande. Neto Barros (PP) e Saulo Bussolar (PL) são os demais candidatos.

Em Castelo, no sul do Estado, Dr. Abílio (União) é o candidato apoiado pelo PSD. O PRD apoia o atual prefeito, João Paulo Nali (Republicanos), mas não terá candidatos este ano e não aparece na coligação.

Em Itapemirim, no litoral sul, o PRD apoia o atual prefeito, Dr. Antonio, parceiro de Marcelo Santos e Renato Casagrande. O PSD está com o ex-prefeito Dr. Thiago Peçanha (PSB). Outros cinco candidatos disputarão o pleito por lá: Claudinha (Psol), Geninho (PDT), João Bechara (PSDB), Paulinho da Graúna (Republicanos) e Vinicius Viana (PL).

Em Guarapari, na região metropolitana, o PRD e o PSD estão com Zé Preto (PP), deputado estadual apoiado por Casagrande. Ele concorrerá contra Amaral (Psol), Artur Pereira (PRTB), Delegado Danilo Bahiense (PL), Emanuel Vieira (União), Oylas Pereira (PT) e Rodrigo Borges (Republicanos.

Em Muniz Freire, na região do Caparaó, município em que Marcelo Santos teve grande articulação com a oposição, Evandro Paulúcio (PDT) tem o apoio do PSD e do PRD. O atual prefeito, Dito Silva, pediu a impugnação de Paulúcio, alegando que teve contas rejeitadas de seu período na prefeitura. A vereadora Vilma Soares Louzada (PL) também é candidata a prefeita.

Por fim, em Vitória, o PRD e o PSD estão na coligação de Lorenzo Pazolini (Republicanos), adversário do governador. Os outros candidatos na capital do Estado incluem Assumção (PL), Camila Valadão (Psol), Du (Avante), João Coser (PT) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).

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