Enivaldo dos Anjos, de Barra de São Francisco, e seu sobrinho Mazinho se movimentam com vistas à sucessão do governo em 2026
Mais nomes são inseridos pelo mercado político na relação – que não para de crescer – de pré-candidatos ao governo do Estado em 2026: o prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos (sem partido), e o deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB), seu sobrinho, que articulam a formação de um bloco com base na política municipalista. Desse grupo, deve sair um candidato, que pode ser Enivaldo, ou o apoio a nomes já colocados, o principal deles o vice-governador, Ricardo Ferraço, do mesmo partido de Mazinho.
Nos meios políticos, sabe-se que os prefeitos que estão no segundo mandato querem garantir o sucessor, com candidaturas próprias em 2024, e vão buscar o apoio do governador Renato Casagrande (PSB) para fortalecer o municipalismo com vistas à própria sucessão no Palácio Anchieta em 2026. Da lista, também circulam os nomes do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), e dos deputados federais Da Vitória (PP) e Helder Salomão (PT).
Todos eles se voltam para os municípios, não por acaso. Desde as eleições presidenciais de 2022, a política municipalista passou a ganhar mais protagonismo, puxada pelo hoje presidente Lula, levando muitos a adotar o mesmo modelo.
Neste sábado (17), por exemplo, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, promove o 1º Encontro do Colégio Permanente dos Legislativos do Espírito Santo, reunindo vereadores das Regiões Sul e Caparaó capixabas. O evento, realizado em parceria com a Casa dos Municípios, tem como objetivo principal fortalecer a política municipalista e estreitar as relações entre o legislativo estadual e os municipais e preparar terreno para sua candidatura a deputado federal em 2026.
Já com o novo bloco, enquanto Enivaldo trabalha para construir uma liderança entre os outros prefeitos do norte e noroeste do Estado, visando o Senado ou o Palácio Anchieta, Mazinho sedimenta terreno na Assembleia, onde ocupa a presidência da Comissão de Constituição e Justiça e da Corregedoria-Geral, para a formação de um bloco com base no municipalismo. O deputado se reúne com empresários e ministra cursos para pretendentes a concorrer para vereador em 2024, de olho na reeleição em 2026.
Com eventos e concentrações políticas de prefeitos da região norte e noroeste do Estado, Enivaldo traz de volta a política municipalista, movimento apontado como um dos fatores que deu a vitória ao desconhecido Albuíno Azeredo na disputa contra o então governador José Inácio Ferreira, tido como favorito à reeleição, em 1990.
O hoje prefeito de Barra de São Francisco liderava as ações dos prefeitos, na época. Enivaldo despontou com um dos principais líderes da articulação que levou à vitória de Albuíno, virando a eleição já no primeiro turno e ganhando com folga no segundo. Acabou presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), que até então era uma associação de prefeitos e vereadores e, sob sua gestão, ganhou a personalidade jurídica que prevalece até os dias atuais.
A partir daí, tornou-se secretário de Estado do governo de Albuíno e cumpriu dois mandatos de deputado estadual até ser indicado conselheiro do Tribunal de Contas em 2000. Aposentado em 2010, voltou à política, ganhou outros dois mandatos de deputado (2014 e 2018) e elegeu-se, novamente, prefeito de sua cidade em 2020, três décadas depois de deixar essa condição.
“Os nomes apontados até agora para a sucessão de Casagrande não têm se identificado com o municipalismo e com os prefeitos. Eles cuidam somente de si mesmos na política estadual”, comenta Enivaldo, diante da colocação antecipada de pré-candidaturas à sucessão do governador Renato Casagrande (PSB).
Para ele, “os prefeitos exigem mais, vão estar com mandatos novos e pela metade, já avaliados pelas comunidades, e com isso vão buscar o apoio de Casagrande para chegar ao Palácio Anchieta com um representante legítimo do municipalismo”.