Depois de seis meses de interinidade, os 15 mil habitantes de Muqui, sul do Estado, finalmente tem um prefeito. Carlos Renato Prúcoli (PTB) foi eleito na eleição extemporânea desse domingo (2) com 3.378 votos (40,3%), superando o principal rival Hélio Carlos Cândido, o Cacalo (PSB), que obteve 2.881 votos (34,7%). Nicolau (PDT) teve 1.287 votos; Dr. Claudiomar (PRP), 409; Cacai (PT), 243; Neston Ribeiro (PEN), 184. Abstenções somaram 2.202 votos (18,4%); brancos, 214 (2,41%) e nulos, 283 (3,18%).
Prúcoli assume a prefeitura no próximo dia 28, quase sete meses após a maioria dos prefeitos que tomaram posse no primeiro dia de 2017, mas afirma que mesmo assim não vai partir do zero. O prefeito eleito ponderou que já conhece a administração municipal. Prúcoli era vice-prefeito de Aluísio Filgueiras (PSDB), que morreu em dezembro do ano passado. O tucano precisou se afastar da prefeitura para lutar contra um câncer. Durante 50 dias Prúcoli comandou o município.
Na disputa de 2016, quem ganhou, mas não levou, foi Frei Paulão (PSB). O socialista teve as contas rejeitadas no período em que foi prefeito de Muqui. Após esgotar todos os recursos na Justiça Eleitoral, Frei Paulão foi considerado inelegível. O segundo candidato mais votado foi justamente Aluísio Filgueiras. Prúcoli foi o terceiro mais votado nas eleições de 2016.
Na curta campanha que fez, Prúcoli disse que as principais demandas que ouviu da população foram saúde e emprego. Com seis unidades de saúde e um hospital mantido pelo município, o novo prefeito afirma que a saúde precisa de investimentos. Ele pretende contar com o apoio do governo do Estado. Prúcoli também avisou que vai estudar uma solução para a gestão do hospital. Cogita terceirizar a gestão para reduzir custos e melhorar a eficiência da unidade, que hoje conta com 50 leitos, mas que são subutilizados. Segundo Prúcoli, casos mais complexos são encaminhados a Cachoeiro de Itapemirim ou mesmo Vitória, já que o município não conta com leito de UTI.
Com a economia ancorada na agricultura, principalmente café e leite, o petebista aposta na diversificação da atividade econômica. Ele pretende atrair indústrias para o município para gerar trabalho e renda aos muquienses.
Candidato apoiado pelo Palácio Anchieta, Carlos Renato Prúcoli aposta na boa relação com o governo do Estado para trazer recursos para o município. Ele chegou a citar os recursos oriundos dos royalties do petróleo e gás. O prefeito se referia ao Fundo de Desigualdades dos Municípios, projeto do governo que tramita na Assembleia que permitira que 67 municípios usam os recursos dos royalties para despesas correntes.
Prúcoli admitiu que não tem a maioria entre os nove vereadores, mas acredita que não enfrentará problemas na Câmara. ???Tenho um bom diálogo com todos. Creio que não terei problemas com a governabilidade???, finalizou.
Carlos Renato Prúcoli assume no próximo dia 28. Com a posse do petebista, o presidente da Câmara, Sérgio Luiz Anequim, o Camarão (DEM), deixa o Executivo e retorna ao Legislativo. Já Antônio Gualandi (PSDB), que subiu como suplente de Camarão, deixa a Câmara de Muqui.