A gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) anunciou, nesta segunda-feira (4), reajuste linear de 12,36% para todos servidores do quadro geral. Também foi anunciado de 26% para professores graduados e de 20,7% para os com especialização, mestrado ou doutorado. A iniciativa, entretanto, não atende plenamente as necessidades dos servidores, por não corrigir as perdas salariais e não haver clareza quanto ao que consta de fato no Projeto de Lei (PL) que será encaminhado à Câmara Municipal no que diz respeito ao magistério.
O reajuste anunciado estipula 6% neste mês e o mesmo percentual em janeiro. Entretanto, conforme acima a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória (Sindismuvi), Waleska Timóteo, os servidores amargam perda de 11% só no primeiro ano da gestão de Pazolini. No total, são mais de 40%. “Serão 6%, abaixo da inflação, agora, e outra parte só no ano que vem, quando a inflação já aumentou. Isso mantém nosso salário corroído, não há recuperação do poder aquisitivo”, pontua.
Waleska defende que o ideal para recuperar as perdas somente da gestão de Pazolini seria a reposição de 11% retroativo a janeiro e recorda que o município da Serra, por exemplo, concedeu 10% de reajuste. Diante disso, o sindicato quer estabelecer um canal de diálogo para apresentar propostas viáveis de valorização dos servidores, respeitando o limite prudencial, que, conforme explica, é o percentual que pode ser investido com pagamento de folha de pessoal.
A dirigente sindical destaca que, com base no reajuste anunciado, o servidor de nível médio, por exemplo, vai ter aumento de apenas cerca de R$ 75 em julho e em janeiro. Salienta também que no salário incide ainda a Previdência, cuja alíquota aumentou de 11% para 14% em maio de 2021, devido à reforma da Previdência, aprovada em janeiro do mesmo ano. A alíquota de 14% passou a ser aplicada, inclusive, nos aposentados e pensionistas que ganham até cerca de R$ 6,6 mil, para quem o desconto não era efetivado anteriormente.
Quanto ao reajuste a ser dado aos professores, Waleska afirma que ainda não se sabe muitos detalhes e que o sindicato vai procurar conhecer o PL que será encaminhado para a Câmara. O que está mais claro, explica, é que os 26% para professores graduados serão destinados somente para quem ainda vai entrar no magistério de Vitória, e não para quem já é servidor. O mesmo acontece para as pessoas com títulos de especialista, mestre ou doutor.
Há uma semana, professores da rede municipal voltaram a cobrar o atendimento a demandas de valorização da categoria. Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) apontou falta de vontade política da prefeitura para atender às reivindicações de reajuste do piso salarial e criticou a quebra de compromisso com pautas já negociadas. “Exigimos respeito e seriedade”, ressaltaram.
Em abril, a Câmara de Vitória já havia aprovado o reajuste de 72,5% no tíquete alimentação para os servidores municipais, válido a partir do mês de maio. A porcentagem também foi criticada na época pelo Sindismuvi, por não recuperar o poder aquisitivo dos trabalhadores.
“O discurso de valorização dos servidores é uma falácia”, criticou Waleska na ocasião. Com o reajuste, o tíquete passou de R$ 256 mensais para as cargas horárias de até 30 horas semanais e R$ 320 para a de 40 horas, para R$ 440 e R$ 550, respectivamente.