quinta-feira, novembro 21, 2024
29.4 C
Vitória
quinta-feira, novembro 21, 2024
quinta-feira, novembro 21, 2024

Leia Também:

Psol muda estratégia e anuncia ‘candidatura coletiva’ para o Senado

Professora Ella Machado, que disputaria a Câmara Federal, fará parte da chapa junto com Gilbertinho Campos

A corrida ao Senado, que contou com algumas “cabeças cortadas” nos últimos dias, como a do ex-secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, e do ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli (Republicanos), registra mais uma mudança. Desta vez, não foi uma “cabeça cortada”, mas sim, uma chapa com duas cabeças. O Psol resolveu mudar sua estratégia e anunciou a “candidatura coletiva” de Gilbertinho Campos e da professora Ella Machado, algo apontado como inédito nessa disputa no Espírito Santo.

Divulgação

Ella afirma que “a proposta é somar forças para um mandato de esquerda em um contexto de necessidade de derrotar o bolsonarismo e eleger Lula presidente, pois votar em Lula é tirar Bolsonaro”. A professora destaca ainda a necessidade de fazer frente a candidaturas bolsonaristas, como do ex-senador Magno Malta e do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos).

Até então, Ella Machado era pré-candidata à Câmara Federal. Não se sabe ainda quem vai assumir sua vaga na chapa e, inclusive, se vai ser alguém do Psol ou da Rede, partido que faz parte da federação com a sigla. Entretanto, é nítido, para os bastidores políticos, que em uma candidatura a deputada federal, a professora ganharia mais visibilidade do que em uma “candidatura coletiva” com Gilbertinho Campos ao Senado. Formalmente, no cadastro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a professora aparece como primeira suplente.

Assim, a mudança é considerada prejudicial para a projeção da imagem de Ella à Câmara de Vitória, em 2024. Diante da possibilidade de sua colega de partido, a vereadora de Vitória, Camila Valadão, ser eleita deputada estadual, corre no mercado que a professora seria apoiada por Camila, que, inclusive compareceu ao lançamento da candidatura de Ella e declarou seu apoio à candidatura de deputada.
Mulher, bissexual, negra e jovem, com apenas 36 anos, Ella tem se destacado em pautas como a dos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIA+. Em junho de 2021, chegou a sofrer perseguição e ameaças de pais de alunos e do vereador Gilvan da Federal (PL), por usar conteúdo que aborda a questão LGBTQIA+ em sala de aula.
Apesar da atividade da professora ter amplo respaldo legal e institucional, o vereador defensor do projeto Escola Sem Partido, que na verdade defende uma escola ultraconservadora, aproveitou a “denúncia” de uma mãe bolsonarista para fazer um ataque que não foi apenas individual, mas também atingiu a liberdade de todos os professores.
Gilvan foi até a escola para intimidar a profissional da educação. Na ocasião, circularam áudios em que ele prometia voltar ao colégio, o que estimulou uma mobilização em apoio à professora e contra as propostas educacionais do vereador e seu grupo político. Ella processou Gilvan por danos morais. O juiz Victor Queiroz Schneider, do 2º Juizado Especial Cível de Vitória, determinou que a professora fosse indenizada em R$ 5 mil.
Federação
Embora a Rede e o Psol formem uma federação, após acordos das cúpulas nacionais, os partidos caminham separados no Espírito Santo. Do lado do ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede), as conversas indicam fechar aliança no Senado com o pastor Nelson Júnior (Avante), autor do projeto “Eu escolhi esperar”, que prega abstinência sexual antes do casamento. A escolha levou em conta, segundo o mercado político, a penetração do religioso em congregações evangélicas bolsonaristas e conservadoras.
Já o Psol formalizou a candidatura de Gilbertinho na majoritária, descolada de Audifax. O partido também não irá apoiar o ex-prefeito na campanha ao governo. Nas proporcionais, as chapas seguem conjuntas, na meta de atingir a cláusula de barreira.

Mais Lidas