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Psol encaminha chapa para disputar a Prefeitura de Guarapari

Policial civil José Amaral é pré-candidato a prefeito, e a estudante Portira de Almeida poderá entrar como vice

Divulgação

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) avança na formação de uma chapa para entrar na disputa pela Prefeitura de Guarapari nas eleições municipais de outubro deste ano. O policial civil e professor de História José Amaral é o pré-candidato a prefeito da sigla no município, e a estudante universitária e militante Potira de Almeida recebeu um convite para participar da disputa como vice.

A formação da chapa foi discutida em um encontro do diretório do Psol de Guarapari realizado nessa quarta-feira (3). Entre as pessoas presentes estavam a deputada estadual Camila Valadão, pré-candidata a prefeita de Vitória e um dos principais nomes do partido no Espírito Santo, e a ex-deputada Brice Bragato, também integrante da executiva estadual.

Com 52 anos, José Amaral é nascido em Guarapari e formado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em Minas Gerais. Ele atuou como professor nas redes de educação do Espírito Santo e de Minas, mas, atualmente, trabalha como investigador da Polícia Civil. Também já fez parte de conselhos de Cultura e Meio Ambiente, prestou consultoria para programas socioambientais, culturais e de combate à pobreza rural, e apresentou um programa sobre a história do município em uma emissora de televisão local, de 2009 a 2011.

Na política, Amaral ocupou cargos de chefia na área da Cultura em Anchieta, município vizinho de Guarapari, nas gestões dos ex-prefeitos Moacyr Carone Assad e Edval Petri. Filiado ao Psol desde 2013, foi candidato a prefeito em 2016, obtendo 794 votos (1,28%) – ele sofreu um grave acidente na época e não conseguiu realizar sua campanha eleitoral plenamente.

“O cenário atual de Guarapari é pouco esperançoso, pois mostra em vários aspectos a continuidade tanto do grupo político que domina a cidade há 18 anos quanto do modo arcaico de se fazer política. Nos últimos 18 anos, temos o mesmo indivíduo [prefeito Edson Magalhães, do PSDB] no poder, tendo ficado apenas de 2012 a 2016 fora, mas elegendo um aliado. Nesse período, a cidade retrocedeu, principalmente nas questões sociais. Os conselhos e as políticas sociais foram sucateados”, avalia Amaral.

Potira de Almeida ainda não confirmou se topará entrar na disputa. Recém-egressa na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para cursar História, ela é integrante da Organização Não Governamental (ONG) Gaya Religare e militante ligada ao chamado Levante Guaiburense, que atua em questões socioambientais na Vila de Guaibura – como a luta contra a implantação de um condomínio de luxo no local. No ano passado, ela também realizou uma pesquisa sobre as origens indígenas da comunidade.

“Fizemos o convite a Potira por se tratar de uma mulher jovem, de origem indígena (Borum), com grande atuação nas causas socioambientais. Alguém que desponta como uma grande liderança na esquerda progressista não só para Guarapari, mas para todo o Estado. Precisamos sempre apostar na juventude, pois o tempo passa para todos nós e é necessário que as ideias de justiça social sejam sempre renovadas. E ela, apesar de jovem, mostra grande firmeza em sua postura. É uma liderança nata”, afirma.

O Psol também já tem militantes apontados como pré-candidatos a vereador em Guarapari, mas José Amaral prefere não revelar os nomes ainda, devido a negociações em andamento.

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Esquerda dividida

A tendência é de que a chapa do Psol fique isolada em relação a outros partidos. A Frente Guarapari que Queremos tem tentado unificar o campo progressista no município, com o intuito de apostar em um único candidato de esquerda. Mas o grande entrave, segundo informações de bastidores, são os conflitos internos do Partido dos Trabalhadores (PT).

Entre os petistas, o ex-vereador e policial civil aposentado Oylas Pereira é pré-candidato a prefeito. Entretanto, o grupo político de Bárbara Hora, que também chegou a se colocar como pré-candidata da sigla, ainda mostra resistência, de acordo com uma fonte da política local. Sem um acordo com o PT, inviabiliza-se uma articulação com as demais siglas que integram a Federação Brasil da Esperança – Partido Verde (PV) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Questionado sobre o tema, José Amaral diz ainda ter esperanças de formar uma frente progressista. “Temos um bom diálogo com o PV, PCdoB, UP [Unidade Popular pelo Socailaismo] e o PT. Mas o PT pretende lançar um candidato próprio. Ainda não esgotamos as negociações, pois achamos que é pouco coerente uma divisão da esquerda na cidade, principalmente pelo que vimos na última eleição [presidencial, de 2022], com a extrema direita alcançando 67% dos votos”, defende.

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Outros pré-candidatos

O atual prefeito, Edson Magalhães (PSDB), que não poderá concorrer à reeleição, anunciou em março uma chapa completa para representar a sua administração na disputa majoritária: os ex-secretários municipais Emanuel Vieira (União), da pasta de Obras, como pré-candidato a prefeito, e Tamili Mardegam (PSDB), da Secretaria de Educação, como vice.

Outro forte concorrente é o deputado estadual Zé Preto (PP), que lançou sua pré-candidatura a prefeito oficialmente no último dia 27. A tendência é que Gedson Merízio (Podemos) entre como vice na chapa, em um movimento sintonizado com os planos do governado Renato Casagrande (PSB). Nesse cenário, Ted Conti (PSB) poderá retirar sua pré-candidatura, mas ainda se mantém firme em pré-campanha.

Já o Partido Liberal (PL) fechou as portas para Zé Preto e anunciou o também deputado estadual Danilo Bahiense como candidato. Outros pré-candidatos a prefeito de Guarapari incluem os vereadores Rodrigo Borges (Republicanos), opositor de Edson Magalhães, e Wendel Lima (MDB), presidente da Câmara Municipal. 

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