Com 40 mil moradores, o bairro de Jardim da Penha é um dos mais populosos e politizados de Vitória. Por isso, a disputa pela Associação dos Moradores do bairro (Amjap) sempre acontece eivada de influências políticas que servem de termômetro para a disputa municipal do ano seguinte. E este ano não foi diferente.
Mais uma vez o PT mostrou força na Associação, mantendo a hegemonia. O grupo ligado ao vereador Marcelão (PT), a chapa 1, venceu com a maioria dos votos novamente. O que chama a atenção é que mesmo à frente da prefeitura, o grupo ligado ao PPS não conseguiu superar o PT.
A chapa 2, liderada por Alberto Campos, ficou na verdade em terceiro na corrida com 14 votos a menos que a chapa 3, ligada ao PSol, que entre outros tinha a participação da ex-deputada Brice Bragato. Os integrantes da chapa 2, porém, pareciam satisfeitos em ganhar mais uma cadeira na coordenação. Antes o grupo só tinha um assento, agora tem dois.
É importante destacar também que dos 40 mil moradores pouco mais de 1,2 mil compareceram às urnas. Mesmo assim, o exercício da disputa pela associação é interessante para as lideranças que observam o processo de ocupação de espaço que se inicia neste segundo semestre do ano que antecede a disputa pela sucessão municipal.
Chamou a atenção, nas movimentações antes da votação e no dia da eleição, que foi nesse sábado (15), com a tentativa dos integrantes das chapas de desvincular a disputa no bairro como o processo político. Mas o enraizamento da eleição da Amjap com a disputa política na cidade é tão forte e tradicional que a tentativa não convenceu nem moradores, nem a classe política.
A eleição para a associação do bairro é sempre marcada por boca de urna, panfletagem e abordagem aos moradores. A disputa que se dá em Jardim da Penha serve ara que as lideranças políticas testem seu poder de mobilização para o próximo ano. E neste sentido, o grupo ligado ao prefeito Luciano Rezende precisa ampliar sua movimentação, afinal o grupo apoiado pelo PPS ficou atrás do PSol.
É verdade, porém, que a chapa 3 tinha lideranças bem enraizadas no bairro e no Sindicado dos bancários que também têm fortes ligações com o bairro, mas com o apoio do partido do prefeito a tendência era de um desempenho maior do grupo ligado à sigla. Essa movimentação do PPS, que ganhou fôlego no período em que Fabrício Gandini estava à frente da Câmara de Vitória poderia ser importante para aumentar a base do prefeito, o que não aconteceu.