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Racha nacional não afeta PCB no Estado, que se prepara para 2024

Mauro Ribeiro, secretário-geral do partido, diz que continua seguindo orientações do comitê central

Vitor Taveira

O Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partidão, no Espírito Santo não foi afetado pelo racha no âmbito nacional, que resultou em ataques entre dirigentes da sigla e a expulsão de membros como o youtuber e historiador Jones Manoel e o militante e ex-candidato a presidente da República Ivan Pinheiro. “Estamos coesos com a direção nacional e iniciando o debate sobre candidaturas nas eleições de 2024”, informa Mauro Pinheiro, secretário-geral da legenda no Estado.

No meio dos atritos, as questões do reformismo e liberalismo, que vieram ao público por meio do cantor e compositor Caetano Veloso, próximo a Manoel. O racha é resultado de um suposto desvirtuamento ideológico e acusações de críticas públicas ao partido. Os assuntos vão do posicionamento sobre a guerra da Ucrânia à postura crítica sobre a gestão do presidente Lula, passando por stalinismo, Lênin, Antonio Gramsci e outros ideólogos do PCB.

Mauro reconhece que o movimento comunista ainda não conquistou “grandes espaços” políticos, mas, apesar dessa situação, o partido vai lançar candidatos e prosseguir com a plataforma anti-imperialista aprovada no 26º Congresso realizado em novembro de 2021. Ele destaca a expansão do partido entre os jovens. 

Para as eleições de 2024, o PCB pretende, depois de dois anos sem lançar candidatos, ergues palanques a prefeito em Vitória, Vila Velha, Serra, Cachoeiro de Itapemirim e Piúma, com chapa de vereadores para cada município. “Estamos nos reunindo, analisando nomes junto às bases”, comenta Mauro, que concorreu ao governo do Estado em 2014.

“Não houve dissidências aqui no Espírito Santo e seguimos dentro das orientações do comitê central”, afirma, apesar de lamentar a divisão entre membros do partido. Ressalta, no entanto, que essa situação não irá impedir o partido de “caminhar para a construção de uma sociedade melhor”.

Mauro aponta como essencial a disputa eleitoral, na tentativa de questionar o modelo atual de gestão do prefeito Loreno Pazolini (Republicanos), cujos investimentos só alcançam as “áreas nobres da cidade e esquecem as políticas públicas voltadas para as questões sociais”. Da mesma forma, a Câmara de Vitória, para ele, é um retrocesso promovido pelo conservadorismo da maioria dos vereadores.

Sobre o governo Renato Casagrande (PSB), o dirigente comunista afirma: “É o mais do mesmo, seguindo o modelo da gestão de Paulo Hartung. Caminha de braços dados com a classe empresarial”.

O documento do PCB extraído no 16º Congresso, segundo Mauro, foi divulgado em uma fase de “crise profunda do sistema capitalista, que atingiu a todos os países e setores sociais, de crise política e econômica no Brasil, com oposição e insatisfações crescentes por parte da maioria da população brasileira ao Governo Bolsonaro”. Em 2022, para combater o fascismo, o PCB decidiu apoiar a frente ampla formada para a candidatura do presidente Lula.

“Um apoio crítico”, ressalta Mauro, que considera o atual governo de Lula mais voltado para os banqueiros e que ainda não implantou políticas públicas para pelo menos reduzir o abismo social. Permanecem, segundo afirma, “o aumento de concentração da riqueza, guerras contra os povos que não aceitam as imposições do imperialismo, o desemprego de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, a ampliação da barbárie e da miséria”.

O PCB é uma legenda histórica, que teve entre seus membros os revolucionários Luís Carlos Prestes e Carlos Marighella. No site do partido, nota do secretário-geral Edmilson Costa afirma que se trata de “pequeno grupo, cuja limitada ação na realidade concreta da luta de classes contrasta com a farta presença nas redes virtuais”. O grupo diz que “expõe a vida interna de um partido revolucionário indiscriminadamente, sem dar a mínima se e como nossos inimigos vão se aproveitar dessas informações”.

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