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Reforma da previdência é questionada na prestação de contas de Pazolini

Prefeito presta contas na Câmara de Vitória em sessão marcada pelo alinhamento do legislativo ao executivo

Teo Gelson Campos/ CMV

Ajustes na reforma da Previdência dos servidores municipais, projeto que gerou uma alíquota de 14% sobre os vencimentos, foi um dos temas questionados ao prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) durante a prestação de contas realizada na Câmara de Vereadores, nesta quarta-feira (27), em sessão que, pelos pronunciamentos dos vereadores, confirma o alinhamento do legislativo municipal à atual gestão. 

Como de costume nessa legislatura, as vereadoras Camila Valadão (Psol) e Karla Coser (PT), as únicas a abordarem o tema, foram alvos de críticas do prefeito, de vereadores e do presidente da Câmara, Davi Esmael (PSD), seu aliado. O prefeito listou obras nas escolas, ações para a segurança, aumento para os servidores e assistência para pessoas em situação de rua, dentre algumas das realizações de sua gestão.

A vereadora Karla Coser perguntou a Pazolini sobre a reforma da Previdência para quem recebe abaixo do teto constitucional, sobre programas habitacionais da administração e o atendimento às pessoas que estão em situação de pobreza que não se enquadram nos critérios do Vix + Cidadania. 

Já a vereadora Camila Valadão, ao questionar o prefeito sobre judicialização da política em Vitória, sofreu tentativa de intimidação por Lorenzo Pazolini. A vereadora apontou a frequente judicialização e a inércia da administração nas resoluções das questões sociais, sendo intimidada por Pazolini, que exigiu do presidente Davi Esmael e da Corregedoria-geral que acionassem os órgãos de justiça para averiguar as falas da vereadora. 

“Peço que a esta Casa se posicione com a sua Corregedoria quanto a essa fala, que o Conselho Nacional de Justiça receba essa fala, o Tribunal de Justiça receba essa fala, o poder judiciário precisa tomar conhecimento e se posicionar. O que foi defendido aqui é que haja o descumprimento judicial”, disse o prefeito, descontextualizando os argumentos e questões apresentadas.

“Minhas perguntas aqui não são sobre decisões judiciais que devem sim ser cumpridas. O meu debate é sobre política, a gestão é eleita para resolver os problemas da cidade e não aguardar decisão judicial”, retrucou a parlamentar. 

Camila fez referência ao problema das 21 famílias despejados da escola Irmã Jacinta Soares de Souza e Lima, em Jucutuquara – Ocupação Chico Prego -, que reivindicam espaço social e estão acampadas em frente à Prefeitura de Vitória.
“As famílias que estão há mais de 109 dias acampadas em frente à prefeitura poderiam ter sido atendidas e isso é política e não questão judicial. Na cidade de Vitória para garantir direitos terá que se judicializar? Então não tem gestão política? É o judiciário que vai legislar, aplicar e exigir aquilo que é demanda e competência de uma gestão municipal?”, questionou.

Por várias vezes, Lorenzo Pazolini tentou desestabilizar e criar a narrativa de que Camila Valadão estava agindo contra o judiciário capixaba. As indagações da vereadora não obtiveram respostas do prefeito, que optou pelo ataque, descontextualizando os questionamentos, que afirmou: “O meu tratamento a todo o tempo aqui é acerca de temas políticos e existe uma gestão política para isso. O que não vou aceitar é que fique esse clima de coação com base nos meus questionamentos e intervenções”.

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