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Renzo Vasconcelos critica estado do prédio da Prefeitura de Colatina

Novo prefeito usou os canais oficiais para falar sobre antiga gestão

PMC

A gestão do prefeito Renzo Vasconcelos (PSD), que assumiu a Prefeitura de Colatina, no noroeste do Estado, utilizou os canais oficiais da administração para criticar o antigo gestor, Guerino Balestrassi (MDB) – mesmo que sem citá-lo diretamente. O prédio da prefeitura teria sido deixado em situação precária pelo governo anterior.

De acordo com texto publicado no site e nas redes sociais da prefeitura, uma rápida chuva na tarde dessa quinta-feira (2) foi o suficiente para provocar um grande vazamento de água que tomou parte do primeiro andar do prédio. Um pedaço da cobertura teve ser retirado para dar vazão à água. Várias salas também ficaram com goteiras.

Outro problema destacado foi a ausência de acessibilidade do prédio. Os dois elevadores estariam sem funcionar desde novembro, e também não há rampas, impedindo que pessoas com limitações de mobilidade consigam ir até os andares superiores.

“A atual gestão também deu falta de uma série de móveis, como mesas e cadeiras que, inclusive, aparecem em fotos e vídeos da administração passada. O secretariado municipal prepara um relatório sobre os principais problemas encontrados nestes primeiros dias de trabalho. O documento será entregue ao prefeito, para sejam tomadas as medidas legais e administrativas em relação ao abandono”, diz o texto.

Querendo mostrar serviço, Renzo Vasconcelos também postou nas redes sociais fotos de reunião e vistorias com a Defesa Civil, nessa sexta-feira (3). As chuvas no município provocaram um cenário de “caos”, segundo Vasconcelos, com alagamentos, buracos em vias públicas e deslizamento de encostas.

Guerino Balestrassi, pelo menos até o momento, não respondeu diretamente às críticas de seu sucessor. Em um vídeo publicado no dia 31 de dezembro, o agora ex-prefeito afirmou que estava trabalhando “até o último dia”, visitando obras, e que estava R$ 209 milhões no caixa da Prefeitura de Colatina para o próximo gestor.

Retirada de direitos

O prefeito de Colatina também já tem outra “batata quente” para resolver logo no início do mandato. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Colatina e Governador Lindemberg (Sispmc) quer discutir as recentes retiradas de direitos dos trabalhadores. Além de buscar as medidas judiciais cabíveis, o sindicato vai buscar diálogo com o novo gestor para que os servidores não tenham que devolver o Adicional por Tempo de Serviço (ATS) referente ao período de junho a novembro de 2024.

A gestão de Guerino Balestrassi (MDB) cobrou que 527 servidores devolvessem o ATS, alegando que o valor, que totaliza cerca de R$ 70 mil, foi pago indevidamente. O anúncio foi feito durante uma audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT), realizada no último dia 16, da qual também participou o sindicato, que não aceitou assinar o acordo de devolução.

Contudo, o ATS é apenas um direito retirado dentro de um pacote no qual também estão outros, como abono-aniversário e licença sem vencimento. Isso porque, sem que os servidores soubessem, a gestão municipal moveu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) por meio da qual a Justiça deu ganho de causa à prefeitura e declarou inconstitucional a Lei municipal 3.608/90, que regulamentava os direitos dos servidores, que até então eram celetistas.

Disputa

Empresário e ex-deputado estadual, Renzo Vasconcelos foi eleito prefeito de Colatina em 2024 com 39,82% dos votos. A vitória foi apertada, já que o então prefeito, Guerino Balestrassi, obteve 36,56%. Os demais candidatos à prefeitura foram Luciano Merlo (PL), com 13,75%; Vinicius Bragatto (Novo), com 8,62%; Ronaldo Jorge (DC), com 0,68%; e Renata Marquesini (Psol), com 0,58%.

Tanto Renzo quanto Guerino são aliados do governador Renato Casagrande (PSB). Contudo, já no final da campanha eleitoral, em meio ao acirramento da disputa, Casagrande declarou apoio à reeleição de Balestrassi, insuficiente, porém, para garantir a continuidade do seu mandato.

Guerino também havia sido prefeito de Colatina em outros dois mandatos, de 2001 a 2008. Na eleição de 2020, o agora ex-prefeito ganhou por uma margem de 631 votos para o segundo colocado, Luciano Merlo.

Renzo, por sua vez, é um político em ascensão. Nas eleições de 2022, apesar de não ter conseguido se eleger, foi o terceiro candidato mais votado para deputado federal.

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